Você provavelmente deve se lembrar do episódio com os mineiros do Chile, que aconteceu há alguns anos. Foi uma comoção mundial. Lembro-me que, em seu desfecho, eu estava num restaurante nos Estados Unidos, que mostrava tudo ao vivo na TV. No final, as pessoas aplaudiam e choravam. Fiquei surpresa, não só pela emoção, mas principalmente pelo envolvimento do povo americano do sul dos Estados Unidos, que normalmente só se preocupa com o que acontece em seu próprio país, e mais nada! Era óbvio que, com tudo isso, Hollywood não iria deixar essa história passar. E então fez este belo e emocionante filme, Os 33, que estreou nos cinemas.
Os 33 conta a história baseada no acidente real na mina San Jose, no Chile, que prendeu 33 mineiros a 700 metros abaixo da terra, durante 69 dias. Ainda mostra a luta dos parentes e de algumas pessoas especiais, especialmente o ministro Laurence Golborne, para convencer a empresa, as autoridades e o mundo todo que ainda havia esperança para aqueles homens.
O filme é dirigido por uma mulher, a mexicana Patricia Riggen, que soube balancear muito bem as cenas dos familiares. No elenco, Antonio Banderas convence plenamente como o líder dos mineiros e Juliette Binoche (que substituiu Jennifer Lopez), como sempre, rouba a cena (é impossível tirar os olhos dela quando aparece em cena). Cote de Pablo, que faz uma tremenda falta em NCIS, tem um momento mais do que emocionante, cantando Gracias a la vida (aliás, você sabia que ela é chilena de nascimento?). Mas o mais interessante é presenciar o melhor momento de Rodrigo Santoro no cinema. Como o ministro Golborne, ele é tão protagonista quanto Banderas. E quer saber? Me fez chorar em uma determinada cena próxima do final. Conseguiu transmitir com louvor todo o alívio de um momento mais do que emocionante.
Mas o elenco tem ainda vários outros nomes importantes. Gabriel Byrne, James Brolin, a ótima Adriana Barraza e principalmente Lou Diamond Philips. Desde que teve seu primeiro papel de destaque em La Bamba, eu não o via em um momento tão poderoso no cinema. Para aplaudir…
O filme termina em grande estilo, mostrando que, como sempre, os poderosos se safam, mas os verdadeiros heróis continuam para sempre na luta com um sorriso no rosto. Gostei muito!