O título dessa matéria não quer dizer que o filme, que estreia este fim de semana, não é bom. Ou ruim. Explico: tem uma história interessante com personagens fascinantes, traz todas aquelas reviravoltas novelescas e o elenco inteiro vive um grande momento. O que não funciona? A direção.
Um exemplo é a cena que ilustra o pôster do filme. A briga entre Julia Roberts e Meryl Streep. Mal iluminada, mal fotografada e principalmente mal filmada, tira boa parte da força daquele momento. Nas mãos de um diretor mais competente, o filme poderia ter um outro ritmo, uma outra luz, que deixaria o espectador mais ligado durante toda a história. Mas, John Wells, um veterano de séries de TV, dirigiu somente um filme antes, A Grande Virada, com Ben Affleck. Confesso que não assisti a este filme. Mas em Álbum de Família, ele demonstra que ainda tem muito a aprender.
A história é baseada em uma peça vencedora do Pulitzer. Conta o que acontece com a família Weston após o desaparecimento do pai. As três filhas e o resto da família se reúnem e nesse momento todos os problemas de relacionamento da família reaparecem.
O filme não é fácil. Mas todos estão muito bem. Margo Martindale, por exemplo, tem finalmente uma oportunidade de demonstrar seu talento no cinema, algo que os fãs de séries já conheciam há muito tempo. E ainda, Dermot Mulroney e seu personagem cafajeste, a recuperação de Juliette Lewis como atriz, a contenção de Ewan McGregor, a classe de Sam Shepard, a revelação de Julianne Nicholson. Todos ótimos!
No papel da mãe drogada Violet, Meryl Streep dá seu show costumeiro. Por mais que tenha certas restrições à atriz, tenho que reconhecer que ela tem aqui um momento brilhante. Outro destaque é Benedict Cumberbatch. Como ele consegue ser tão intenso e único em cada uma de suas atuações? Num papel pequeno, basicamente com duas cenas, ele surpreende de tão bem que está. Entretanto, ao final do filme, você só consegue pensar em Julia Roberts. Há algum tempo, não a via tão entregue, tão perdida no personagem, sem parecer ser Julia Roberts. Ela está com pouquíssima maquiagem, usando roupas horríveis e seu personagem não é simpático. Ela nem dá seu famoso sorriso, vejam só!!Ela vale o ingresso!
O filme concorre a vários prêmios no Globo de Ouro e no SAG´s. Inexplicavelmente, no Globo de Ouro, está na categoria de comédia, o que o filme não é , apesar de algumas (duas ou três) cenas engraçadas. Creio que as pessoas ultimamente têm um senso de humor bem diferente…
Eliane Munhoz
Eduardo Pepe
29 de dezembro de 2013 às 2:16 am
Eu gostei do filme por causa de seus bons diálogos e ótimas intepretações, mas é um tanto quanto decepcionante o fato do projeto não ter caído nas mãos de um diretor “de verdade”. Entretanto, ainda vale o ingresso.
Cristiana Silva
29 de dezembro de 2013 às 2:21 am
Surpresa! Alguém tem restrições a Meryl Streep. Essa, para mim, é nova. A acho uma atriz incrível, é maravilhoso como ela muda totalmente de um personagem para outro – ela em “O Diabo Veste Prada” e ela em “A Escolha de Sofia” são praticamente duas pessoas diferentes. Mas que bom que ela foi reconhecida por mais esse ótimo trabalho. Lugar garantido no oscar, certo?
Eliane
29 de dezembro de 2013 às 2:54 pm
Com certeza, Cristiana. Vai ser uma surpresa muito grande se ela não estiver entre as cinco finalistas do Oscar!