O título, apesar de ser uma tradução literal do original, não ajuda. Garanto que a a maioria da população, mesmo a que frequenta os cinemas, é provavelmente não tem ideia do seu significado. Para estas pessoas, aqui vai a explicação: sufragista é aquele que defende a extensão dos votos a todos, sem distinção de raça, sexo, poder econômico, origem etc. Estreando nos cinemas neste Natal, As Sufragistas trata justamente disso. Ou como um grupo de mulheres inglesas lutou (mesmo) contra tudo e contra todos para conseguir o direito ao voto no início do século 20.
Elas desejam tanto ter poder de fazer suas próprias escolhas, que estão sempre se arriscando a perder tudo. E uma delas, Maude (Carey Mulligan) entra nessa história quase sem querer. No início, ela é praticamente levada por uma colega de trabalho, seguindo as instruções da líder de sua célula, Edith (Helena Bonham-Carter). Só que depois de um certo tempo, ela não vai hesitar em enfrentar homens como um inspetor da polícia (Brendan Gleeson) ou seu próprio marido (Ben Whishaw, o Q dos filmes de 007).
O filme é informativo e obviamente bem feito, apesar de demorar um pouco para efetivamente começar, mostando o real envolvimento de Maude na história. Creio que é um problema da construção do personagem. Há outros, mais determinados e interessantes, que poderiam ser o centro da história, deixando-a um pouco mais dinâmica. Maude é meia sem sal e por isso mesmo tem em Carey Mulligan uma excelente intérprete. A atriz foi indicada a vários prêmios, inclusive o London Critics e o BIFA (British Independent Film Awards) por esse papel. Apesar disso, é dela uma única cena que realmente me emocionou, que envolve Maude e o filho pequeno. Já a participação de Meryl Streep é mínima, apesar dela aparecer no cartaz do filme. Tem uma única cena de alguns minutos como a líder das sufragistas.
No final, é até um bom filme, só que um tanto frio demais para o meu gosto.Especialmente pelo assunto que trata, ainda tão atual. Quando a ação termina, um letreiro mostra as datas em que as mulheres conseguiram o direito ao voto no mundo inteiro (inclusive no Brasil). Por incrível que pareça, ainda há países que só liberaram neste século. E ainda faltam vários…
Eduardo Pepe
23 de dezembro de 2015 às 3:32 pm
Uma correção: Carrey foi indicada ao BIFA (British Independent Film Awards), ela ate pode ser indicada ao BAFTA, mas os indicados ainda não foram revelados. Alem do mais, o filme estar na corrida para conseguir indicações ao Oscar de atriz (Carrey), roteiro e figurino.
Eliane
24 de dezembro de 2015 às 12:31 am
Você está certo, Eduardo! Obrigada, já vou arrumar no texto!