No meio de toda a confusão que uma matéria sobre as indicações do Oscar provoca, só agora pude sentar com calma para escrever sobre Alan Rickman, que faleceu aos 69 anos. É um momento interessante na minha opinião. Enquanto Hollywood escolheu seus, “em tese”, melhores do ano, eu lembrei que incluí o filme dirigido por Alan Rickman, Um Pouco de Caos, entre os melhores de 2015 . Dê uma olhada: https://www.blogdehollywood.com.br/cinema/os-destaques-do-cinema-em-2015/. Foi seu último filme como diretor. Como ator, terão mais dois: Eye in the Sky, com Helen Mirren e, é claro, como a voz da Lagarta Azul em Alice através do Espelho, programado para estrear em maio.
A maioria das homenagens na internet usou o personagem do Professor Snape, de Harry Potter. O elenco e a autora, J.K.Rowling, escreveram belas palavras nas redes sociais sobre o ator. Realmente inesquecível! Mas para mim, há outros. É incrível como o Alan, que começou no teatro, conseguia ser um incrível vilão assim como o homem mais doce com igual verdade, com seu incrível talento.
Seu primeiro grande papel de destaque no cinema foi em Duro de Matar (1989). Lembro-me que quando assissti pela primeira vez, pensei como ele era assustador, pois era elegante, inteligente, até charmoso, mas muito mal. Nunca esqueço do seu olhar na sua cena final, quando finalmente solta a mão de Holly (Bonnie Bedelia) e cai do prédio. Inesquecível! Até hoje, Hans Gruber é considerado um dos melhores vilões do cinema.
Outro de seus grandes vilões, mas esse com um lado até divertido, foi o Xerife de Nottingham em Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões, de 1991. O interessante é que ele chegou a recusar o papel duas vezes até receber carta branca do diretor para a interpretação do papel. Foi uma boa decisão. Rickman ganhou vários prêmios por causa do xerife como o BAFTA e o London Critics Film Awards.
Só que ele também sabia ser um bom homem como ninguém. Como esquecer o Coronel Brandon, tão apaixonado pela Senhorita Marianne Dashwood no primoroso Razão e Sensibilidade? Uma cena inesquecível: quando ele lê para ela o texto ‘nada está perdido, se puder ser recuperado”. Awww!
Outro de seus momentos inesquecíveis, foi em Simplesmente Amor, como o marido que dá um CD de presente para a esposa (sua grande amiga na vida real , Emma Thompson), e não o colar que ela esperava ganhar. Tão triste, pois ele não é um vilão, e Alan Rickman soube compreender exatamente isso.
Como o Professor Snape, era vilão e herói, um personagem tão importante no coração dos fãs de Harry Potter. Alan participou dos oito filmes da saga. Aliás, você sabia que logo que Alan começou a fazer o papel, a autora J.K.Rowling contou a ele tudo sobre o personagem, mesmo antes dos livros serem publicados? Assim, ele saberia os reais motivos do antagonismo e proteção de Snape com relação a Harry – sem spoilers (rs). É famoso um pensamento dele sobre os livros do bruxinho, dos quais ele era claramente fã. ” Um dia, quando eu tiver 80 anos, sentado em minha cadeira, eu estarei lendo Harry Potter. E minha família irá me dizer, ‘depois de todos esses anos?’ E eu responderei, ‘ Sempre!”
E se você perdeu Um Pouco de Caos no cinema, tente achar o filme. Saiba mais aqui: https://www.blogdehollywood.com.br/cinema/para-descobrir-um-pouco-de-caos-nos-cinemas/. É tão bonito! A cena finalde Alan como o imperador Luís XIV, apaixonado por flores e pelo belo, parece uma despedida, se vista agora. E fica ainda mais emocionante!
Adeus, Alan Rickman!