Quando era menina, fui muito mais impactada pelo universo dos super-heróis da DC Comics, com Liga da Justiça, Mulher Maravilha, Batman e Super-Homem, do que pelos do universo Marvel. Isso só veio bem depois com o cinema. Por isso, quando a DC anunciou seu plano de finalmente investir numa linha de super-produções para contar as histórias de seus famosos personagens, não só fiquei muito interessada como também torci (e torço) para que dê certo. O pontapé inicial está sendo dado essa semana com o lançamento nos cinemas de Batman vs. Superman: A Origem da Justiça. Há uma expectativa que o filme alcance 300 milhões de dólares de bilheteria somente nos Estados Unidos.
Tudo foi cercado de controvérsia e mistério desde o início. A maior parte dos problemas ficou por conta da escolha de Ben Affleck para o papel de Batman. Os fãs não conseguiam aceitar o ator no início e foi motivo de muita piada na internet. Depois vieram os anúncios que, além da Mulher Maravilha, o filme ainda iria apresentar as primeiras imagens de Aquaman (Jason Momoa), The Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher, apesar de você não conseguir ver a cara dele). E finalmente que a aparição de Jena Malone, que aparentemente seria uma versão de Robin, foi cortada do filme. Tudo isso elevou o nível de curiosidade, que já era grande.
E a boa notícia é que o filme funciona. Claro, não é bem-humorado como os filmes da Marvel. O universo DC sempre foi mais escuro, triste e violento. Mas mantém a atenção e você não sente passar as duas horas e meia de duração. Além disso, há várias surpresas. Antes da exibição do filme para a imprensa, foi mostrado um vídeo do diretor Zack Snyder para que não fossem revelados spoilers das várias situações não esperadas que acontecem no filme. Parece que os ensinamentos de Alfred Hitchcock, que fez algo parecido nos anos 60 quando lançou Psicose, ainda valem nos dias de hoje.
Portanto, aqui vai um pouco da sinopse sem spoilers. O início pertence totalmente a Batman, sua história e, como pôde ser visto no trailer, o seu ponto de vista sobre a luta de Superman com o general Zod (Michael Shannon). Preocupado com as ações de um super-herói com poderes quase divinos e sem restrições, Bruce Wayne começa a investigar, com a intenção de destruir o Superman. Enquanto isso, o mundo e uma senadora dos Estados Unidos (Holly Hunter) se questionam sobre o tipo de herói que o mundo realmente precisa. O problema é que enquanto os Batman, Superman e todos os demais estão tão preocupados uns com os outros, surge uma nova ameaça além, é claro, de Lex Luthor (Jesse Eisemberg), que colocarão a humanidade sob um risco maior do que jamais conheceu.
Algumas considerações que não vão estragar sua experiência ao assistir ao filme mas deixarão você um pouco mais preparado:
-Ben Affleck surpreende positivamente. Tem aquela atitude boçal de Bruce Wayne e não compromete como Batman. Com seu carisma (sim, ele tem!), domina a maior parte do filme.
– Henry Cavill continua lindo de doer. Mas não conquista, não tem aquele “que” necessário para o Superman, entretanto é preciso reconhecer que está melhor do que em Homem de Aço.
– Gostei muito de Gal Gadot como Mulher-Maravilha. Tem a atitude correta. A roupa é feia, mas os vestidos que ela usa nas festas onde conhece Bruce Wayne são simplesmente um deslumbre. E também já há referência à história do personagem e ao seu filme solo, que será lançado ano que vem.
– As cenas de ação são bem reais. Algumas vezes você não enxerga direito, a violência parece verdadeira.
– As surpresas são muitas e bem-vindas. Alguns atores, por outro lado, não têm muito o que fazer, como Laurence Fishburne como Perry White, por exemplo.
– Já desisti de falar de Jesse Eisenberg. Ele é sempre igual. Com tantos atores bons por aí…
– As veteranas marcam presença. Tanto Holly Hunter quanto Diane Lane brilham em seus papéis. Diane, apesar de envelhecida na maior parte do filme por maquiagem (ou a falta dela), sempre me emociona. Tem um bom momento divertido (o público da sessão de imprensa até aplaudiu) e também um que me fez dar uma choradinha.
– Como fã de séries, adorei ver Jeffrey Dean Morgan e Lauren Cohan como os pais do menino Bruce Wayne, mesmo tão rapidinho. Ele estava tão charmoso…
Obviamente o filme não vai conquistar todo o mundo. Alguns acharão confuso, outros pouco fiel aos quadrinhos. E ainda terão aqueles que dirão que é fiel demais! Mas eu gostei. Achei que é um primeiro capítulo digno para esse universo, que chegou mais tarde do que deveria, mas que me deixou com vontade de ver mais!
alfie
23 de março de 2016 às 8:17 pm
Antes de assistir o filme, pelo teu comentário já senti que vou ter saudade de Christopher Reeve.