É interessante que o dia do último episódio de The Good Wife nos Estados Unidos caia exatamente no Dia das Mães (infelizmente a temporada nem começou a ser exibida no Brasil) . A parte de mãe amorosa sempre foi uma constante em Alicia Florrick, personagem principal da série durante suas sete temporadas. Nesse tempo todo, seguimos a sua história a partir do momento em que a conhecemos no piloto, vivendo a situação vexatória de ficar ao lado do marido político num discurso em que ele reconhecia publicamente que havia saído com prostitutas.
Aquela mulher envelhecida de cabelos presos voltou então a trabalhar. Teve uma nova chance numa empresa de advocacia de um ex-quase namorado dos tempos de faculdade, Will (Josh Charles). E começou então sua jornada de descobertas sobre si mesma. Com o roteiro mais inteligente da TV, a série criada por Robert e Michele King teve momentos inesquecíveis, especialmente destacados com a atuação mais do que especial de Julianna Margulies no papel principal. Com ela, você consegue compreender todas as atitudes de Alicia, tanto as certas como as erradas, tanto em casos interessantes e atuais como advogada, como em sua vida pessoal.
O triângulo amoroso entre Alicia, seu marido Peter (Chris Noth, ótimo) e Will rendeu momentos incríveis, representando os possíveis caminhos de Alicia, o que era e o que poderia ser. Infelizmente, num dos momentos mais chocantes e inesperados da TV, Will acabou morrendo. E o interessante é que independentemente da parte amorosa, a série sofreu com isso. Começou um arco improvável sobre a entrada (e saída) da vida política de Alicia. A recuperação da série só chegou nessa última temporada. Com o final se aproximando, foi possível trabalhar com a conclusão e resolução do caminho de Alicia. Conseguiram Jeffrey Dean Morgan para ser um novo interesse romântico de Alicia, Jason (torço para que os dois terminem juntos), já que o anterior, Finn (Matthew Goode) acabou não funcionando mais um um problema de situação de roteiro do que propriamente pela química dele com Alicia.
Ganhou todos os grandes prêmios da TV : Emmy, SAG’s, Globo de Ouro, Critics Choice, entre outros. Teve um elenco fixo brilhante que teve grandes momentos: Matt Czuchry, Christine Baranski, Chris Noth, Archie Panjabi, Alan Cumming. Teve participações mais que especiais em diversos episódios de atores como advogados que se superaram como Mamie Gummer, Michael J.Fox, Martha Plimpton, Matthew Morrison e a inigualável Carrie Preston. Além deles, como resistir ao assassino divertido Colin Sweeney (Dylan Baker), Stockard Channing e Dallas Roberts como a mãe e o irmão de Alicia; Zach Grenier que fez o sócio, David Lee. Esses são apenas alguns. Houve muitos mais. Quando dissermos adeus a Alicia Florrick, ficaremos com a boa sensação que vimos um grande momento da televisão.
Aqui seleciono três grandes momentos da série. Ela teve tantos mais, só que estes foram realmente especiais, e definiram boa parte da história de Alicia:
Em Closing Arguments, episódio final da segunda temporada, Alicia e Will finalmente resolvem ter “alguns minutos” juntos depois de comemorarem um bom resultado num caso. Sensual, divertido, romântico.
Os episódios 15 e 16 da quinta temporada lidaram com a morte de Will, num tiroteio inesperado dentro de um tribunal. Como isso afetou a todos da série e, é claro, especialmente Alicia, que recebeu a notícia pelo telefone. Mesmo dois anos depois, Will ainda é um personagem extremamente presente em The Good Wife, mesmo estando ausente.
A química entre Jeffrey Dean Morgan e Julianna Margulies rendeu bons momentos na sétima temporada. Mas o momento que eu mais gostei foi o enfrentamento de Peter , o marido, e Jason, o namorado. Logo depois, um dos momentos mais incríveis da série (finalmente), quando Alicia pede o divórcio. Literalmente, ela não será mais the good wife.