Gosto bastante das histórias de Tarzan. Tenho inclusive a coleção completa dos filmes de Johnny Weissmuller, que mesmo com uma barriga condizente com o ideal da época, ainda era considerado até pouco tempo o melhor da história. Só que depois do desenho da Disney e o Tarzan de Christopher Lambert não vi mais nada digno de lembrança. Bem, teve o ótimo George, o Rei da Floresta, com Brendan Fraser, mas ele não conta, apesar de até hoje ser hilário. Então vinha aguardando com grande expectativa o novo filme, A Lenda de Tarzan, que vai estrear essa semana nos cinemas. E me decepcionei.
Passaram-se anos desde que Tarzan (Alexander Skarsgård) deixou as selvas da África para trás para levar uma vida burguesa como John Clayton, Lorde Greystoke, ao lado de sua agora esposa, Jane (Margot Robbie). Mas ele recebe um convite para voltar ao Congo para servir como um adido comercial do Parlamento, sem saber que na verdade será simplesmente parte de um plano, uma ação que envolve ganância e vingança, organizada por Leon Rom (Christoph Waltz). Ao lado de Jane e do americano George Washington Williams (Samuel L. Jackson), ele passará por vários momentos terríveis na selva , além de um reencontro com o seu passado.
A primeira coisa que chamou minha atenção foram os problemas com a direção de David Yates (responsável pelos últimos filmes de Harry Potter). Há momentos em que você mal consegue visualizar o que acontece numa cena. Além disso, os efeitos da corrida dos animais no quase final, ao lado de Tarzan, são visivelmente mal feitos. Será que ele desaprendeu a dirigir? No elenco, Christoph Waltz já comprovou que não sabe mais diferenciar seus vilões um do outro. Leon Rom parece um antepassado mais que direto de Blofeld, de 007 contra Spectre. Outro ponto que me surpreendeu foi a falta de paixão com que Alexander Skarsgard faz o seu Tarzan. Especialmente depois do vampiro Eric de True Blood, é realmente chocante. Será que ele ficava mais preocupado com seu tanquinho (maravilhoso!!) e com o cabelo (que está sempre bem penteado) do que com a atuação? De qualquer maneira, seja como Tarzan ou Eric (veja a diferença de físico!), é sempre muito bom de olhar…
Mas o filme tem pontos positivos. O roteiro apesar de bobinho, até que flui bem. Samuel L. Jackson providencia os momentos politicamente corretos (até se desculpa pelo que fez com índios nos Estados Unidos), mas é sempre divertido. É como se ele fosse a voz do público para certas situações absurdas. E o melhor do filme acaba sendo a presença de Margot Robbie, fazendo uma Jane forte, sexy, espirituosa e obviamente linda. Eu teria me divertido mais se o filme se chamasse A lenda de Jane, pois seu personagem segura bem a história, e você fica querendo que ela apareça mais.
O filme já rendeu mais de 100 milhões de dólares nos Estados Unidos, fazendo com que o estúdio respire aliviado (ouvi até falar de uma possível sequência). Por aqui também deve ir bem. É uma opção para uma matinê. E nada mais.