Talvez muita gente não se lembre ou não conheça a história real do roubo da taça Jules Rimet. Mas quem viveu a época, nos anos 80, lembra bem do escândalo que foi quando ladrões pé-de-chinelo entraram na sede da CBF no Rio de Janeiro, roubaram a taça, e depois aparentemente a derreteram por causa do ouro. Essa história improvável é realmente um bom tema para uma comédia. O diretor Caíto Ortiz, fã de comédias italianas, imprimiu essa influência em O Roubo da Taça, que estreou essa semana nos cinemas. E o filme é bem feito e divertido.
O corretor de seguros Peralta, que mora junto com Dolores, gosta muito de jogar. Só que ele perde bastante, e acaba com uma dívida grande com um homem bem perigoso. É quando num belo dia ele tem a ideia absurda de invadir a sede da CBF e roubar a taça do tricampeonato mundial. O problema é o que fazer com a taça depois, quando a polícia e a mídia iniciam uma caçada sem tréguas para descobrir os responsáveis.
O filme ganhou quatro prêmios no Festival de Gramado na semana passada: roteiro, direção de arte, fotografia e ator para Paulo Tiefenthaler. Todos muito bem merecidos, especialmente o de reconstituição de época, desde o figurino, até os programas de TV da época e os acessórios (impagável ver o batom de moranguinho). O Roubo da Taça já começa dizendo que algumas coisas realmente aconteceram (rs). A verdade é que apesar de terem falado na época que a taça havia sido derretida, não há como ter certeza absoluta que isso aconteceu.
A versão romanceada, ou com diversas liberdades, é divertida. O elenco funciona, especialmente o premiado Tiefenthaler (hoje também na novela Haja Coração), e Taís Araujo como a mulher dele, Dolores. Ela disse numa conversa que tivemos para o Programa Show Vip, que sua inspiração foi uma estrela da época, Adele Fátima. Está sensual, engraçada e boa atriz. Valem o ingresso!