Com toda a correria do fim de semana com a Comic Com, acabei não conseguindo escrever sobre esse ótimo filme que estreou na última quinta nos cinemas. Mundos Opostos começa de uma forma que parece que é algo que você já viu inúmeras vezes no cinema: a de um refugiado e uma jovem de classe média local, que se apaixonam e resolvem lutar contra tudo e contra todos pelo seu amor. Só que Mundos Opostos é muito mais do que isso e vale a pena conhecer.
Na verdade, são três histórias que parecem paralelas entre um grego e um “estrangeiro”, mas que estão interligadas. A primeira é a da jovem com um imigrante sírio, que não tem nem onde morar. O segundo é o de uma executiva sueca que se envolve com um desconhecido. Só que ela está na Grécia para demitir vários funcionários de uma empresa da qual o homem é um dos diretores. E no final, uma dona de casa grega começa a se encontrar com um aposentado alemão todas as semanas na porta de um supermercado. O filme aborda o romance tendo como pano de fundo o momento atual da crise socioeconômica que a Europa, e especialmente a Grécia, está vivendo já há alguns anos.
Mas não pense que o filme foca no discurso político. O que importa realmente são as relações entre as pessoas. O episódio mais fraco é o primeiro, o segundo é o mais bonito, afinal, os dois atores, a húngara Andrea Osvart (muito parecida com Margot Robbie) e Christopher Papakaliatis (que também é o diretor do filme) são lindos e tem enorme química. Já o mais emocionante, é o terceiro, com a descoberta do amor na terceira idade por J.K. Simmons e Maria Kavogianni. É uma aula de delicadeza. Também a forma como o roteiro consegue ligar todas as histórias ao final também é feita de forma surpreendente e eficaz.
Mundos Opostos foi o maior sucesso de bilheteria do cinema grego, superando inclusive Avatar e é fácil de perceber a razão. Além de sua qualidade como cinema, como entretenimento, mostra o povo grego abatido pelo momento difícil, mas sempre pronto para receber alguém. No final, a verdade é que a história conta belas histórias de amor, inclusive a dos gregos pelo seu país. E como diz o personagem de JK Simmons (maravilhoso no papel), “eu amo histórias de amor!”