As primeiras impressões sobre Passageiros, filme que estreia nesta quinta nos cinemas brasileiros, eram ótimas. Falava-se até que poderia ser um forte candidato ao Oscar. Também se esperava um enorme sucesso de bilheteria, afinal é estrelado por dois dos maiores astros do cinema atual, Jennifer Lawrence e Chris Pratt, que se esforçaram promovendo o filme em diversos países do mundo. Mas nada deu certo. O filme já é considerado um fracasso. Custou 110 milhões e a expectativa é que fique longe disso nas bilheterias nos Estados Unidos. Muita gente falou bem mal, mas quer saber? Eu gosto do filme.
Uma nave espacial enorme e ultramoderna leva mais de cinco mil pessoas em câmaras de hibernação, onde elas vão dormir por 120 anos até chegar a um planeta para começar uma nova colônia. Só que uma delas, contendo o mecânico Jim Preston (Chris Pratt) tem um mal funcionamento e ele é acordado, sozinho, 90 anos antes da hora. Sem saber o que fazer, somente com um androide-garçom (o ótimo Michael Sheen) para conversar. Só que outra passageira, Aurora (Jennifer Lawrence) também acorda antes da hora. Enquanto Jim e Aurora tentam desvendar o mistério por trás desse defeito, eles começam a se apaixonar um pelo outro… relação que é ameaçada pelo colapso iminente da nave e pela descoberta da verdade por trás do verdadeiro motivo pelo qual eles foram acordados.
O grande problema do filme segundo muitos nem pode ser considerado um spoiler, mas lá vai…SPOILER! Não leia se não desejar saber pontos importantes do roteiro.
O ponto central considerado problemático por muitos críticos é que somente a câmara de Jim tem problemas. Ele fica muito tempo sozinho e obviamente deprimido escolhe uma linda mulher por quem fica obcecado e escolhe acordá-la. Alguns disseram que o personagem era um stalker, alguém assustador que fazia escolhas pela outra pessoa, e que não era correto que o filme tentasse “empurrar” essa “história de amor” que já começa de forma errada. Minha opinião é que eu não creio que possa julgar o que faria caso tivesse a expectativa de passar o resto da vida sozinha no espaço. Será que não faria o mesmo? Isso seria condenável? Não sei dizer.
De qualquer maneira, não se pode esquecer que se trata de um filme (é sempre bom lembrar!) e que dessa forma é uma história bem contada com dois ótimos e carismáticos atores, e efeitos especiais bem interessantes – a cena da piscina sem gravidade é ótima. Há algumas participações até dispensáveis, de Laurence Fishburne, e principalmente de Andy Garcia (que nem falas tem). Aliás, o final parece um pouco rápido demais, e a proteção de uma portinha no final parece pouco provável. Mas, gente, é bom lembrar que é só um filme…