Há alguns meses, fiz um post sobre o trailer de Quatro vidas de um cachorro, que tinha acabado de ser lançado. Como tenho três cachorros, a história me emocionou e me deixou louca para ver o filme, que estreia esta semana nos cinemas. Aí no início desta semana, veio aquele já famoso vídeo, exibido pelo programa TMZ, que mostrava duas cenas editadas, com um pastor alemão, que não queria de jeito nenhum entrar em um tanque para fazer uma determinada cena, e depois uma outra com o mesmo cão já dentro da água quase se afogando. Tenho um certo receio de embarcar cegamente em um vídeo tão obviamente editado, mesmo que as imagens tenham me deixado triste e revoltada. De qualquer maneira, o estúdio, a Universal, comunicou que está investigando o conteúdo e os fatos, e assim que tiver um posicionamento oficial vai informar a imprensa. É claro que tudo isso que aconteceu é importante para começar uma discussão sobre as regras para usar animais em filmes e séries.
Obviamente, a estreia do filme já foi comprometida. O que era para ser uma produção de enorme sucesso, agora sofre boicotes da PETA e de muita gente nas redes sociais. É uma pena, pois o filme, baseado no livro do mesmo nome de W. Bruce Cameron, e dirigido pelo sempre sensível Lasse Hallstron, é bonito, doce e emocionante e perfeito para quem adora cães. Ele acompanha o cachorro Bailey em suas quatro vidas, além de sua busca pela razão de continuar voltando à Terra quando seu tempo nela acaba. A primeira delas mostra como ele foi salvo pelo garotinho Ethan (o ótimo Bruce Gheysar), e as confusões normais de um cachorrinho na casa. Tudo é visto pelo ponto de vista de Bailey, que tem a voz fofinha de Josh Gad (que também era a voz original de Olaf do desenho Frozen). Eu achei muito bonita a maneira como as mortes, ou no caso do filme, passagens, são mostradas. Mas, é claro, não deixam de ser emocionantes. Chorei muito em praticamente todas elas. Bailey reencarna então como uma “garota”, Elle, que trabalha com um policial solitário e acaba sendo morta durante uma perseguição a um bandido. É nesse ponto que foi gravada a cena tão controversa exibida pelo TMZ. É também o mais violento de todos os episódios. A calmaria chega no próximo, quando ele volta como um cachorrinho de apartamento “sem rabo”, e tem aquela que é “a mais feliz de suas vidas”, para depois se tornar um cão abandonado na próxima, mas que conseguirá reencontrar o seu maior amigo, Ethan, agora vivido por Dennis Quaid. Nada disso é spoiler, já que está tudo no trailer
Além de Quaid, o filme tem ainda Britt Robertson e K.J. Apa (o Archie da nova série Riverdale). Mas quem brilha mais são os cães, tão lindos. Todas aquelas expressões tão apaixonantes que só quem convive com um cão conhece, estão ali. O filme pode até abusar do sentimentalismo – é impossível não se emocionar – mas é lindo de ver. Uma pena que a forma de trabalhar de uma agência contratada para cuidar dos cães tenha minado boa parte das chances de sucesso de uma história tão bonita.