Assim como o gênero musical, o faroeste também sofre preconceito de parte do público. Também é considerado algo que pertence ao passado. Uma dessas coisas que a gente não consegue entender. Para se ter uma ideia, a refilmagem Sete Homens e um Destino com um elenco cheio de astros foi um grande fracasso, mesmo sendo um bom filme. A Qualquer Custo, que estreou esta semana no cinema, não é um faroeste no sentido clássico. Ou seja, não tem cavalos, mas tem ladrões de banco, um bravo xerife e perseguições por estradas empoeiradas. Assim como La La Land, um retorno aos musicais adaptado aos novos tempos, foi reconhecido pelos principais prêmios de cinema, A Qualquer Custo repetiu o feito com os faroestes. Os dois são imperdíveis.
Ele concorre ao Oscar de melhor filme, roteiro, montagem e coadjuvante para Jeff Bridges. Ele está ótimo como um xerife que começa a investigar assaltos a banco feito por dois irmãos (Chris Pine e Ben Foster). Eles se reuniram após anos de separação com o objetivo de roubar agências do banco que ameaça a falência das terras da família. Para eles, os assaltos são apenas parte de um estratagema que é o último esforço para retomar um futuro que lhes foi roubado. Enquanto os irmãos bolam um último golpe para completar o plano, e com os perseguidores em seus calcanhares, os valores do Novo e do Velho Oeste vão colidir mortalmente.
Na verdade, A Qualquer Custo não é só um faroeste. É também um road movie, um policial e, em alguns momentos, um drama contemporâneo. O diretor David Mackenzie também cria um clima de suspense sem abusar de cortes fáceis, como se vê atualmente no cinema, usando o roteiro afiado e, é claro, o talento de seus astros.
Desnecessário falar de Jeff Bridges. Esse é o tipo de personagem que é uma festa para o seu talento. Mas ele não é o único. Ben Foster sempre faz bem esses caras enlouquecidos. E aqui não é diferente. Chris Pine foi esquecido nas premiações, uma grande injustiça. O filme não deve levar Oscar algum, mas o reconhecimento é importante para que mais gente o conheça. É claro que ele tem uma gordurinha aqui, outra ali, mas a cena final vale por tudo. Um momento para levantar e aplaudir!