Eu não seria o público-alvo do filme de Power Rangers. Não acompanhei a série de sucesso ( só uma cena de um episódio aqui, outra ali), não sou mais uma criança/adolescente (só no coração!!), mas quer saber? Curti muito, uma mistura de Clube do Cinco com filmes de super-heróis, com uma vilã exagerada (Rita Repulsa), e várias cenas divertidas. Então, minha sugestão é para deixar o preconceito de lado, e encarar a aventura que estreou hoje (23) nos cinemas. Afinal, como os conhecedores sabem, é hora de morfar!!!
Cinco adolescentes problemáticos são escolhidos pelo destino para se transformar nos Power Rangers. Só que antes de assumirem os seus papéis de salvadores do mundo das maldades de Rita Repulsa, eles tem que superar suas diferenças, e se unir em torno de um único objetivo. São eles:
Jason (Dacre Montgomery, que estará na segunda temporada de Stranger Things) era o astro da escola, mas acabou se envolvendo em um grande problema com uma vaca, e caiu em desgraça. É o líder do grupo, o Ranger vermelho.
Kimberly (Naomi Scott, conhecida pela série Terra Nova) era a líder de torcida que mandou fotos para quem não devia e agora foi deixada de lado por suas antigas amigas. Sua aparente rebeldia é seu mecanismo de defesa. É a Ranger rosa.
Billy (R.J.Cycler, o melhor do elenco, que também estará no filme War Machine, com Brad Pitt) é o mais doce deles, mas sempre teve dificuldade de se comunicar com as pessoas. Agora tem a oporunidade de ter amigos pela primeira vez como o Ranger azul.
Trini ( a cantora Becky G, que é a mais fraquinha deles) é a misteriosa do grupo. Uma solitária que é a mais relutante em participar da aventura. Mas fará uma escolha que definirá o destino do Power Rangers. É a Ranger amarela.
Zack (Ludi Lin, que participou de Marco Polo) parece muito senhor de si, e encara todos os desafios. Mas ele também tem um segredo que o faz se sentir inferior aos demais. Ele é o Ranger preto.
A direção de Dean Israelite, que fez o interessante Projeto Almanaque, é segura e tem vários bons momentos. Eu conversei com ele para a Revista Preview – que está nas bancas – e ele me falou sobre o desafio de sair de um primeiro filme pequeno para uma superprodução de mais de 100 milhões de dólares: “De um estudante de cinema para me tornar um cineasta, com meu primeiro longa, foi um grande salto. Era um filme de 15 milhões, mas eu me sentia preparado para aquilo. Eu não fiquei intimidado. Quanto a este, eu me sentia preparado também, mas assim que me envolvi no processo, mais eu percebi que tinha a aprender. Hoje me sinto muito mais completo. Obviamente você sempre tem muito a aprender.”
É claro que o filme não é perfeito. Assim como Projeto Almanaque, se alonga um pouco demais em algumas situações. Mas isso não atrapalha o produto final. Creio que o importante aqui é que ele mantém o humor (a piada com Transformers é ótima), faz homenagens ( tem aparições dos Rangers da série, Jason David Frank e Amy Jo Johnson). Tem até a música! Acredito que o mais importante é que o filme mantém a essência da série, elevando ao mesmo tempo bastante os valores de produção. Os efeitos são bons (não espetaculares), as roupas usam tecnologia de ponta e ainda tem uma participação muito especial de Bryan Cranston, que no início de sua carreira fez as vozes dos monstros Twin Man e Snizzard na série. Para quem não sabe, o personagem Billy Cranston é uma homenagem a Bryan.
Então, mesmo que você nãos seja o público-alvo com eu, provavelmente vai se divertir com esse legítimo filho de um clássico das tardes na TV. Ah, mas só não saia correndo no final, pois tem uma cena no meio dos créditos. E uma bela possibilidade do início de uma franquia…