Os filmes de estrada (road movies) formam uma linhagem dentro do cinema. E este ano temos dois filmes do gênero, Philomena e Nebraska, que chegam este fim de semana aos cinemas. Vale conhecer ambos, que concorrem ao Oscar de melhor filme, entre outros.
Ambos são estrelados por veteranos no ápice de seu talento. Em Nebraska, Bruce Dern usou sua experiência em 144 trabalhos como ator e tem provavelmente a melhor interpretação da carreira como Woody. Ele é um velhinho que vive no estado de Nebraska com a esposa. Ao receber uma daquelas cartas enganadoras dizendo que ganhou 1 milhão de dólares, ele se determina a ir buscar o dinheiro nem que tenha que ir a pé. Um dos filhos (Will Forte, de Saturday Night Live) resolve então leva-lo como uma maneira de se aproximar do pai. No meio do caminho, há uma visita à cidade natal do pai e aos parentes que ainda vivem lá. Juntam-se a eles então a mãe e o irmão. Só que eles descobrem que quando há dinheiro envolvido (mesmo inexistente) as relações familiares podem ficar bem complicadas.
Filmado num belíssimo preto e branco (sem preconceito, por favor!), Nebraska é dirigido por Alexander Payne (Os Descendentes). O filme concorre a melhor filme, diretor, fotografia, roteiro original, atriz coadjuvante (a ótima June Squibb, como a mulher de Woody) e melhor ator(Bruce Dern). Houve um momento que Bruce parecia ser o favorito ao Oscar (ele foi o melhor ator no Festival de Cannes, no National Board of Review e dos Críticos de Los Angeles). Entretanto o mais provável é que o filme saia sem prêmios do Oscar, já que Matthew McConaughey virou o jogo a seu favorna categoria melhor ator.
Philomena também não tem muitas chances mas é um emocionante filme baseado numa história real. Um jornalista desempregado ajuda Philomena Lee a reencontrar seu filho. Ela foi obrigada a entregá-lo para adoção 50 anos antes por freiras irlandesas. O jornalista é um homem prático e objetivo. Philomena adora conversar com todo o mundo. O relacionamento dos dois durante a busca é a principal atração do filme. Um dos grandes trunfos de Philomena é justamente a química entre a fantástica Judi Dench e o surpreendente Steve Coogan (também autor do roteiro e produtor), um comediante em quem eu sinceramente nunca havia reparado antes.
Philomena é tocante e mais um belo exemplo do grande talento do diretor Stephen Frears ( A Rainha). O filme concorre aos prêmios de melhor filme, diretor, atriz, trilha sonora e roteiro adaptado. Aproveite também e leia o livro escrito por Martin Sixsmith, que baseou o filme. Obviamente mais cheio de detalhes, o livro é muito bom e também é uma bela opção de entretenimento.
Liliane Coelho
16 de fevereiro de 2014 às 3:27 am
Ambos belos e ótimos! Mais uma prova que a safra desse ano foi muito boa.