A discussão sobre Polícia Federal: A Lei é Para Todos, que estreou hoje nos cinemas, começou muito antes de seu lançamento. Afinal, num país tão dividido politicamente como o nosso, os prós e contras de um filme que se dispõe a contar uma história que mexeu tanto com a história recente de nosso país, com certeza iria provocar conversas bem “acaloradas”. De qualquer forma, independente de posições políticas, na minha opinião, o filme conta bem uma história, é até didático em vários pontos. Eu, por exemplo, não tinha ideia que a Operação Lava-Jato havia começado por causa de um carregamento de palmito, você sabia?
Polícia Federal: A Lei é Para Todos conta a saga da Operação Lava Jato desde seu início, quando a equipe foi formada, antes mesmo do caminhão de palmito. Pelo ponto de vista do fictício delegado Ivan (Antonio Calloni) e de sua equipe da Polícia Federal, em conjunto com a força-tarefa do Ministério Público Federal, o filme se propõe a explicar todo o trabalho para desvendar o esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a executivos da Petrobras, empreiteiras, partidos políticos e parlamentares.
Ao contrário dos agentes da polícia, todos os demais personagens têm os nomes reais dos envolvidos, inclusive o ex-presidente Lula, surpreendentemente feito por Ary Fontoura. Além dele e de Calloni também estão no elenco Flávia Alessandra, Bruce Gomlevsky, João Baldasserini, Leonardo Franco, Rainer Cadete, Adélio Lima e Samuel Toledo. Todos estão bem, até mesmo Marcelo Serrado, que faz o juiz Sergio Moro. Ele parece um pouco distante, mas afinal, essa é uma característica de Moro, pelo menos em todas as entrevistas que vi. Aliás, o personagem de Moro pouco aparece, os astros da história são os membros da polícia federal.
Baseado no livro homônimo de autoria de Carlos Graieb e Ana Maria Santos, o filme termina com a queda de Dilma Roussef. Segundo o diretor Marcelo Antunez, a ideia é fazer uma trilogia, já que “enquanto a Operação Lava Jato nos der assunto e o povo continuar querendo a assistir, vamos continuar contando, porque parece que assunto não falta’. Inclusive, não saia correndo ao fim do filme, porque tem cena pós-créditos, já dando a entender que vem mais coisa por aí. E considerando os acontecimentos reais dessa semana, realmente ainda há muito para contar.