Sou fã de uma boa comédia romântica. Aquela do tipo que provoca mais sorrisos do que gargalhadas. O cinema brasileiro não tem grande tradição nessa linha, já que a maioria das comédias acaba sempre seguindo mais o caminho da chanchada. Mas Gosto se Discute, que estreia amanhã nos cinemas, aposta nessa outra vertente. E é fofinho!
Nele, Augusto (Cassio Gabus Mendes, também produtor) é o famoso chef de um restaurante que já viveu dias de glória e agora precisa lidar com a decadência, enfrentando até a concorrência de um “food truck” recém-instalado do outro lado da rua. Para piorar, um banco, sócio do restaurante, envia uma auditora, Cristina (Kéfera Buchmann), que quer promover uma verdadeira revolução no local. Desafiado, o chef tem que provar que ainda está em forma, mas a coisa se complica quando o stress acaba provocando a perda do seu paladar, justamente na hora que precisa criar o novo cardápio.
Com o sucesso do programa Master Chef na TV aberta e “milhões” de outros com o tema gastronômico na TV por assinatura, é fácil ver que o brasileiro gosta e se interessa pela arte de cozinhar. E nessa linha, o filme prende a atenção. As cenas na cozinha são ótimas, bem fotografadas, dão até fome. Tem alguns bons coadjuvantes como os garçons vividos por Ronaldo Reis e Robson Nunes, além do cozinheiro atrapalhado de Zéu Brito, que provocam boas risadas.
É claro que o filme tem um probleminha que é a falta de química entre Cássio Gabus Mendes e Kéfera, o que dificulta entender a repentina atração entre ambos (apesar da cena da primeira transa ser muito bem filmada). Cássio é sempre um bom ator e obviamente se esforça. Mas Kéfera, apesar de muito bonita, bem maquiada e vestida, ainda tem que aprender um pouquinho mais sobre a arte de atuar, para parecer um pouco mais natural. Teria ajudado o filme e a história.
No final, Gosto se Discute vale pela sua tentativa de seguir por um caminho pouco usual no cinema brasileiro. E também os amantes de gastronomia deverão gostar dos pratos apresentados, especialmente os do “novo cardápio”.