Eu tenho que já começar avisando. Eu simplesmente odiei Pai em Dose Dupla, filme de 2015, com Will Ferrell e Mark Wahlberg como um pai e um padrasto que lutam pela atenção e pelo amor dos filhos. Só que o filme foi um considerável sucesso de bilheteria, tanto que uma sequência foi encomendada, e Pai em Dose Dupla 2 chega essa semana aos cinemas. A princípio, ir assisti-lo foi uma obrigação. Mas uma vez que o filme começou, todo o preconceito que eu tinha se acabou. Dei boas risadas, me diverti mesmo, já que esta nova aventura é muito melhor que a anterior.
No final do primeiro filme, o pai Dusty (Mark Wahlberg) e o padrasto (Brad) haviam virado os melhores amigos e passavam a conviver harmonicamente. Agora, essa família diferente resolve que vai comemorar o Natal com todos juntos. Mas a coisa fica um pouco mais complicada com a chegada de Kurt (Mel Gibson), o avô com temperamento irreverente e totalmente mulherengo, e Don (John Lithgow), o delicado pai de Brad. Juntar toda essa turma vai tornar o Natal … inesquecível.
Na verdade, com todos os detalhes politicamente incorretos – a garotinha é uma figura e tanto – , o filme é uma perfeita história natalina. É daquelas que destaca a importância da família, independentemente de sua estrutura. Logicamente há os momentos de desenho animado – o cortador de grama e as luzinhas de Natal, por exemplo – para ressaltar especialmente o humor de Will Ferrell, aqui um pouco mais contido (felizmente) que de costume. Mas o final, no shopping, consegue ser especialmente emocionante, ainda mais se você for impressionável no que diz respeito às tradições de Natal e suas canções. Aliás, preste atenção na trilha sonora, é ótima!
É claro que um destaque especial é Mel Gibson. Eu sei que é politicamente incorreto – usando novamente a expressão – mas eu adoro Mel Gibson, como diretor e como ator. Seu filme, Até o Último Homem, está entre os meus melhores do ano até agora. E aqui, como sempre quando Mel não se leva a sério, ele é especialmente ótimo, ainda mais quando faz piada com sua própria imagem de macho totalmente alfa.
Outro motivo para dar risada, e infelizmente que não estava no roteiro, é a canastrice total de Alessandra Ambrósio como a esposa de Dusty. Ela tinha aparecido na cena final do primeiro filme, mas como era uma única cena, não comprometeu. Aqui dá vergonha alheia, dá impressão até que foi dublada. A modelo brasileira, tão linda, não precisava passar por isso.