Lembro bem desde pequena de um desenho bem curtinho que passava sempre na TV contando a história do Touro Ferdinando. Eu adorava. Depois, ao pesquisar, descobri que o curta de animação, feito em 1938, havia até ganhado o Oscar daquele ano. É realmente adorável – veja o desenho no final deste texto. Então, estava muito curiosa para ver o novo longa, que concorreu ao Globo de Ouro este ano, e que estreou esta semana nos cinemas. Ele é lindinho.
O filme começa mostrando o pequeno Ferdinando, ainda como um novilho, numa fazenda que forma touros para touradas. Mas depois de uma certa situação, ele acaba fugindo, e termina numa linda fazenda de flores, onde faz amizade com uma garotinha. Com um temperamento calmo e tranquilo, sempre preferiu sentar-se embaixo de uma árvore e relaxar ao invés de correr por aí bufando e batendo cabeça com os outros. A medida que vai crescendo, ele se torna forte e grande, mas com o mesmo pensamento. Só que um acidente, faz com que ele seja levado de sua casa, e acaba tendo que enfrentar uma situação que ele pensava que nunca mais teria que viver.
O filme é dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, que já foi o responsável pelos desenhos de A Era do Gelo e Rio. O começo do filme é uma delícia, com toda a história de Ferdinando ainda pequeno. O meio acaba ficando um pouco arrastado a partir do momento em que Ferdinando é levado embora da fazenda de flores. Isso acaba atrapalhando bastante o ritmo do filme. Especialmente a parte com os chatíssimos cavalos cantantes. No final, o filme volta a crescer, com o enfrentamento com o toureiro. Tem até um momento para emocionar.
Mas crianças provavelmente vão gostar, os adultos mais ou menos. O importante é que traz a bela mensagem que todo mundo deve respeitar quem é diferente. Nos dias de hoje, quando todo mundo anda tão nervoso, isso é vital.
Mas tudo começou realmente há 80 anos (dá pra acreditar?). Dê uma olhada no vídeo original:
https://www.youtube.com/watch?v=B3qO8ZM7IkI