A cada ano, a crítica e os responsáveis por escolher filmes para premiações aparecem com umas “modinhas”, que quando você olha para trás depois de alguns anos, realmente não entende o que provocou a escolha de determinado filme como um dos melhores do ano. Ano passado, esse foi o caso de Moonlight, esse ano é a vez de Lady Bird: A Hora de Voar. O filme não é ruim, apenas não é muito bom para estar na lista do Oscar. E ele ainda concorre a cinco estatuetas: filme, atriz (Saoirse Ronan), atriz coadjuvante (Laurie Metcalf) e ainda direção e roteiro, ambos de Greta Gerwig. Lady Bird estreia hoje nos cinemas aqui no Brasil.
O filme conta algumas histórias reais que inspiraram Greta a escrever. Apesar disso, ela disse em entrevistas que não tinha esse lado rebelde, mas que a personagem principal seria “a pessoa que teria gosta do de viver na época, de uma certa maneira”. Afinal, Christine McPherson, com seu cabelo vermelho e sempre pronta a desafiar, está no último ano do colégio, e o que mais deseja é cursar a faculdade longe da cidade de Sacramento, onde vive. Entretanto essa ideia é totalmente rejeitada por sua mãe. Lady Bird, como a garota de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva o plano de ir embora adiante mesmo assim. Só que enquanto a hora não chega, ela se divide entre as obrigações estudantis no colégio católico, o primeiro namoro, típicos rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos em família.
Na verdade, o problema maior do filme é que parece que você já viu essa história um monte de vezes, e até contada de melhor maneira. Mesmo no ano passado, Quase 18, com Hailee Steinfield, era muito mais eficiente, divertido e próximo da realidade adolescente – e foi esquecido no Oscar (vai entender….). Tem uma ou outra cena interessante, sempre aquelas em que Laurie Metcalf, numa atuação excelente como a mãe, aparece. Ela levanta qualquer conteúdo.
Tenho que admitir que não gosto muito de Greta Gerwig como atriz. Acho que faz sempre a mesma coisa, tudo nela parece… sem gosto, sem vida e sem tempero. E sua história e direção em Lady Bird não são diferentes. Mesmo nos momentos de brigas e discussões, tudo parece meio asséptico. O que vale mesmo é a trilha sonora, ótima!
De qualquer maneira, o filme não é ruim, Saoirse está bem (mas eu teria preferido incluir Emma Stone por A Batalha dos Sexos no lugar), tem os bons meninos Lucas Hedges e Timothée Chalamet (que está em Me Chame pelo seu Nome). Pode até ter um certo apelo para os pós adolescentes. Mas Oscar é um pouco demais, né?
Ygor
11 de maio de 2020 às 2:42 am
Não concordo. Foi um dos melhores filmes de ”transição” que já vi. Todas as indicações são super merecidas.