Muita gente não conseguiu ver Roman J.Israel Esq., antes da festa do Oscar porque o filme acabou não sendo lançado nos cinemas do Brasil. Uma pena, já que Denzel Washington, que concorreu novamente ao Oscar de melhor ator por esse filme, está realmente incrível no papel. Mas agora, é possível resolver esse problema. O filme já está disponível para ser assistido no Brasil por alguns aplicativos: Now, ITunes, e YouTube, para aluguel ou compra.
O filme conta a história de um homem com um visível problema psicológico que trabalha como assistente de uma pequena empresa de advocacia. Só que ele fala o que pensa, parece ter algum tipo de autismo (mas o filme não coloca o rótulo) e tem uma lógica toda própria. Quando o advogado pra quem trabalhava há muitos anos morre, e o escritório é comprado, Roman tem uma dificuldade clara de se adaptar, parece saído dos anos diretamente para os dias de hoje . E conforme as coisas vão acontecendo, ele pode acabar se metendo em situações um tanto perigosas.
No início, parece que ele só tem uma diferença sobre como encara a vida e o trabalho como advogado. Isso fica mais claro ainda nas cenas com seu novo chefe (vivido por Colin Farrell), um profissional que sabe usar a palavra como ninguém para alcançar seus objetivos. Esse embate, e de uma certa forma com admiração de ambos os lados, são as melhores coisas do filme. Isso sem contar, é claro, com a interpretação de Denzel. Aqui no filme, todo aquele charme de sempre do ator é escondido, seja pelas roupas horríveis, o óculos velho, o jeito pesado de andar, e até os dentes. Aliás, foi muito falado que esses seriam os dentes reais de Denzel, que ele teria colocado capas um pouco depois do ginásio, mas que teria retirado agora para compor o personagem. Fez efeito!
Observar um ator com Denzel, com um carisma sempre maior que seus personagens, se anular assim totalmente, é uma aula de atuação. Se merecia o Oscar deste ano? Sim , claro, e o do ano passado também. Num texto antes do Oscar, eu mencionei que o ideal nessa categoria teria sido um empate triplo entre Gary Oldman (que venceu), Daniel Day Lewis por Trama Fantasma, e Denzel por Roman J. Israel Esq. Claro, isso seria impossível! Mas que seria justo, ah isso seria!