Confesso que fiquei meio reticente sobre um filme onde Robert Redford, aos 77 anos, enfrenta sozinho um momento de adversidade no mar. Mas como ele havia sido indicado a vários prêmios e ganhado um (o prestigiado Críticos de Nova York), resolvi dar uma chance a Até o Fim ,que estreia nos cinemas. E não me arrependi. Muito pelo contrário! Briguei comigo mesma pelo preconceito inicial com o filme. É brilhante!
Sozinho em seu barco, o Homem (o personagem não tem nome) acorda quando seu barco bate em um container perdido no meio do mar (cheio de tênis). A partir daí, com uma determinação inigualável, ele terá que consertar o barco, enfrentar tempestades e lidar com a possibilidade da morte.
Um resumo tão curto não reflete o apurado roteiro que não necessita de diálogos para fazer com que você saiba exatamente o que se passa na mente de O Homem. Um amigo me disse que alguns cineastas deveria aprender com o diretor J.C. Chandor (em seu segundo longa-metragem) como lidar com o silêncio em seu filmes. Quando uma história é bem contada e você tem um ator com tanta competência, além do carisma de um astro, é claro, o silêncio pode ser um personagem. É o caso de Até o Fim.
O filme me deixou tensa do início ao fim (até o fim…). No final, as lágrimas chegaram sem vergonha. Uma experiência diferente e emocionante que eu recomendo. Você não percebe em momento algum que o filme tem quase duas horas de duração. Hoje em dia, esta é uma grande conquista!
Curiosidade: este é o primeiro filme em toda a história do cinema que tem somente um ator, um roteirista/diretor mas que também tem 11 produtores executivos e mais seis produtores com cargos variados. Rs!
Eliane Munhoz
Rafael Cardoso
8 de março de 2014 às 12:24 am
O filme é realmente muito interessante… Lembra a premissa de Gravidade, mas as abordagens são completamente diferentes.