300: A Ascensão do Império estreou neste fim de semana em vários países, inclusive no Brasil. Nos Estados Unidos ficou em primeiro lugar nas bilheterias, o que deve provavelmente repetir por aqui (os resultados dos cinemas brasileiros só saem na terça feira). Foram 45 milhões de dólares em 3470 salas. 65% desse valor foi em salas 3D, obviamente a melhor maneira de assistir um filme com visual tão imponente e com tantos efeitos especiais. É claro que esse número é bem inferior ao do primeiro filme , que fez 70 milhões quando estreou em março de 2007. Em compensação, os números de estreia nos outros 58 países devem chegar a 87,8 milhões, ou 10% a mais que o original.
Mas o que dizer do filme? Sou uma fã do primeiro 300, dirigido e escrito por Zack Snyder, com Gerard Butler, ótimo como o rei Leônidas. É interessante que na época nem reparei em Michael Fassbender como Stelios, um dos guerreiros espartanos. Só percebi agora quando fui rever o filme antes de assistir o segundo. 300: A ascensão do império ( só escrito por Snyder, a direção é de Noam Murro) se passa antes, durante e depois dos acontecimentos do primeiro filme. Acompanhamos agora como o general Themystokles ( o australiano Sullivan Stapleton), sem querer, provocou a transformação de um jovem príncipe no semideus Xerxes (Rodrigo Santoro). Enquanto Xerxes derrota os 300 do primeiro filme, Themystokles enfrenta Artemisia (Eva Green), a comandante da marinha persa. O embate definitivo será após a vitória de Xerxes e ele testemunhará o resultado na última cena do filme.
Quando começou a se falar em uma sequência do filme, abordando a origem de Xerxes, todo mundo por aqui pensou que Rodrigo Santoro teria enfim seu papel principal numa grande produção de Hollywood. Infelizmente não é o que se vê. O vilão em foco é Artemisia, que Eva Green faz com seu imutável olhar com quilos de lápis preto. Ela é inclusive a mentora da transformação de Xerxes. A desculpa foi que os quadrinhos originais não ficaram prontos e portanto a história foi adaptada para mudar o foco para Artemisia. Uma pena!
Por mais que tente, Sullivan Stapleton não consegue chegar nem perto do carisma de Gerard Butler. Mas tem uma boa cena quente com Eva Green no navio. Uma luta que parece sexo ou sexo que parece uma luta. Dizem que foi por causa desta cena que o filme recebeu a denominação R (ou restricted/restrito) nos cinemas americanos. Ou seja, somente maiores de idade podem ver o filme (no Brasil é para maiores de 16 anos). Se fossem só as cenas de morte, dilacerações, cabeças decepadas não haveria problema, mas uma cena de sexo onde você pode ver os seios da atriz…Ah, isso é um problema. Vai entender…
Como filme, a sequência é bem inferior ao original mas ainda assim pode entreter, especialmente os fãs de quadrinhos e admiradores do primeiro filme.As cenas das batalhas dos navios são muito bem feitas, por exemplo. É interessante rever o 300 original para lembrar de detalhes que são mencionados agora. Se os resultados de bilheteria forem os esperados (e pelo primeiro fim de semana parece que serão), o filme deixa uma porta escancarada para uma sequência. Esperamos que melhor e com uma oportunidade maior para Rodrigo Santoro.
Eliane Munhoz