Depois de sua exibição na sessão da meia-noite do Festival de Sundance este ano, Hereditário tem sido comentado em todas as rodas. Alguns chegaram a dizer que ele era o melhor filme de terror de todos os tempos. Agora, que vai estrear nos cinemas por aqui nessa semana, é possível que todos possam tirar suas próprias conclusões. Eu tenho a minha, e você pode ver nesse texto. Posso já começar dizendo que, realmente, Hereditário é um filme de terror diferente de todos que você já viu.
O filme começa mostrando a família de Annie ( Toni Collette). A mãe dela morreu recentemente, mas Annie nunca se deu bem com ela. Sua própria vida em família também é um pouco complicada. O marido (Gabriel Byrne) tenta fazer tudo para poupá-la, o filho adolescente, Peter (Alex Wolff, de Jumanji), se ressente da mãe que o atacou durante um ataque de sonambulismo, e a filha, Charlie (Milly Shapiro, que fez Matilda na Broadway, estreando no cinema), é uma garota “diferente”, que corta a cabeça de pássaros. Só que a a morte da matriarca acaba afetando todos eles de maneira muito diferente abrindo espaço para a tragédia, e outras estranhas ocorrências, que faz com que todos acabem descobrindo alguns segredos obscuros, que tem obviamente a ver com a chegada de Joan (Ann Dowd, de The Handmaid’s Tale)
Primeiro é bom avisar que o filme é longo, beeem longo para um terror, com duas horas e sete minutos. E a razão disso é porque, na verdade, durante boa parte do filme ele não é um terror, e sim um drama sobre uma família totalmente disfuncional. Aliás, são tantas idas e vindas que você pode até ficar meio confuso no final. O diretor estreante Ari Aster, argumentou em entrevistas que na verdade a família vive em círculos já que está sendo manipulada desde o início. Ok, mas de qualquer maneira, por mais que o filme tente vender a ideia de uma suspense psicológico, ele não conseguiu me convencer, e também não me faz sentir medo. A exceção são os 10 minutos finais – que na verdade são aqueles que ficarão na mente das pessoas quando saírem do cinema. É nesse momento em que o filme consegue assustar… um pouco.
Na verdade, saí do cinema cansada, exaurida por uma interpretação tão intensa , principalmente de Toni Collette. Sim , ela é ótima, e obviamente se entregou totalmente ao filme (ela também é produtora). Mas foi demais! No final, o que vem à mente é uma homenagem clara a O Bebê de Rosemary. Mas só que aquele não demorava quase duas horas para assustar somente nos 10 minutos finais. Aquilo sim, era um terror!!