Talvez a maioria nunca tenha ouvido falar de Tab Hunter, cuja morte foi noticiada hoje, um pouco antes de seu aniversário de 87 anos. Mas houve uma época que ele era considerado um dos mais promissores atores de Hollywood. Nos anos 50, Tab era o “garoto de ouro”. Lindo, atlético, chegou a fazer par romântico com algumas das estrelas mais importantes da época. Natalie Wood em Impulsos da Mocidade e Montanhas de Fogo (ambos de 1956), Debbie Reynolds em O Papai Playboy (1961) e Sophia Loren em Mulher daquela espécie (1959).
Mas nos anos 60, com o fim do esquema dos estúdios, que cuidavam das carreiras de seus atores, Tab acabou ficando relegado a segundo plano. Seu tipo físico de beleza perfeita também não encontrava mais espaço numa época em que os “feios” Dustin Hoffman e Al Pacino começavam a dominar. Fez spaghetti westerns na Itália – num deles era o xerife Durango (rs) -, e depois foi para a TV, onde participou de inúmeras séries, inclusive O Homem de Seis Milhões de Dólares e O Homem de Virgínia. Nos anos 80, conseguiu alguma exposição nos cinemas com os filmes com o travesti Divine, Polyester (1981) e A Louca Corrida do Ouro (1985). Dessa época também e´uma pequena participação em Grease 2 (1982).
Em 2005, Tab finalmente “saiu do armário” de maneira oficial, já que praticamente todo mundo já sabia. Mas, com isso virou um ícone gay, ao também narrar seus casos com gente como o bailarino Rudolf Nureyev, o ator Scott Marlowe e o patinador Ronnie Robertson. Só que o que mais chamou atenção foi o relacionamento de vários anos com Anthony Perkins, no final dos anos 50. Na época, os estúdios escondiam o quanto podiam os relacionamentos gays de seus atores, especialmente os jovens astros. Tab, por exemplo, era sempre visto com jovens estrelas como Natalie e Lori Nelson, para passar uma imagem de macho com várias namoradas.
A história de Tab, além do livro, também virou um documentário, Tab Hunter Confidential, de 2015. E no mês passado, foi anunciado que J.J. Abrams e Zachary Quinto vão produzir um filme sobre o romance de Tab e Anthony Perkins para a Paramount. Ainda não há nem diretor, nem atores contratados, mas o roteiro já está sendo escrito por Doug Wright, autor da peça premiada com o Pulitzer, I am my Own Wife.
Já faz algum tempo que Tab não fazia cinema. Seu último trabalho como ator é de 1992, no filme Dark Horse. Nos últimos anos, ele preferia ficar cuidando de seus cavalos, ao lado de seu companheiro há 30 anos, o produtor Alan Glaser. Adeus, Tab Hunter!