É provável que você já tenha ouvido falar de Papillon. Primeiro veio um livro de sucesso, baseado nas memória de Henri Charrière. Depois, veio um filme de grande bilheteria em 1973, com astros como Steve McQueen (indicado ao Globo de Ouro) e Dustin Hoffman. E agora, essa semana, chega aos cinemas a refilmagem, que traz nos papeis principais Charlie Hunnam e Rami Malek. Os dois estão ótimos, a produção é muito boa, mas confesso que foi difícil aguentar as duas horas e 13 minutos do filme.
Tenho um certo problema com histórias que mostram injustiças. E esse é o princípio de Papillon. Henri Charrière (Charlie Hunnam), chamado de Papillon, é um pequeno bandido que vive em Paris da década de 30. Só que ao mexer com as pessoas erradas, ele acaba condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu. Enviado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, ele conhece Louis Dega, um homem inteligente e que possui dinheiro, mas é pequeno e fraco. Papillon promete então protegê-lo em troca de auxílio para escapar da prisão.
Eu tenho poucas lembranças do Papillon original, que vi há muitos e muitos anos numa reprise na TV. Mas me lembro que era um filme que me incomodava pela injustiça, violência, e a forma pouco humana com que as pessoas eram tratadas. Essa nova versão não é diferente. Apesar de serem interpretações diferentes do mesmo livro, foi difícil aguentar todo o tempo do filme. É muito sofrimento. Talvez muita gente pense como eu, já que ele foi um grande fracasso nos Estados Unidos.
Não é um problema nem da produção (fotografia e reconstituição de época excelentes), nem dos atores. Ambos estão em grandes momentos, com um destaque maior para Charlie Hunnam – repare na sua decadência no período passado na solitária. Talvez as pessoas não se lembrem da história, talvez muitos, como eu, não aguentem mais ver gente sofrendo, ou injustiças. Ando mais no clima de uma comediazinha leve e romântica – tipo Juliet, Nua e Crua – que também vai estrear essa semana.
As fotos usadas são de divulgação.