Operação Overlord já foi exibido aqui no Brasil durante a Mostra de Cinema de São Paulo no final de outubro. Também fez parte da programação de um noitão, programação que vira a noite no Cine Belas Artes em São Paulo, no último dia 1º. Agora, essa semana, ele vai estrear no circuito nacional. Com a produção de J.J.Abrams, o filme é uma bela surpresa. Ele faz parte daqueles filmes do produtor/diretor dos quais a gente sabe muito pouco antes de ver, como por exemplo, Rua Cloverfield, 10. Em ambos os casos, isso até ajuda num aproveitamento maior da experiência cinematográfica.
O filme tem um pouco de tudo. É um misto de terror, ação, suspense e filme de guerra. A história começa apenas algumas horas antes do Dia D, quando uma equipe de paraquedistas americanos entra na França ocupada pelos nazistas para uma missão crucial para o sucesso da invasão. A tarefa é destruir um transmissor de rádio no topo de uma igreja fortificada. Para atingir seu objetivo, os soldados unem forças com uma jovem do vilarejo francês para penetrar no local e derrubar a torre. Só que depois de descobrirem também um misterioso laboratório nazista abaixo da igreja, os soldados ficam frente a frente com inimigos diferentes de tudo o que o mundo já viu. Eles enfrentarão experiências macabras, acidentes laboratoriais, mutações e… zumbis.
O filme tem um quê de inesperado porque começa como um filme de guerra. Logo a primeira sequência é de uma tensão incrível. Os paraquedistas estão prontos para saltar na França, mas o avião é atingido. A forma como a cena é filmada faz com que você sinta cada momento nervoso dos soldados. Depois, já em território francês ocupado, ele começa a misturar os gêneros de ação e suspense. Até que ao entrar no laboratório, o soldado Boyce (o bom Jovan Adepo) vai se deparar com algo que poderia sair de um documentário sobre as experiências genéticas surreais dos nazistas. Ah, e também tem uma lembrança de Soldado Universal (o filme do Van Damme, lembra?)
O conhecimento de cinema, dos filmes B dos anos 40/50, que faziam essas misturas aparentemente absurdas, está presente no filme, com várias referências. Obviamente, isso é que deve ter atraído J.J. Abrams. Segundo ele, “os horrores da guerra já estão na história. Então, quando você repentinamente passa para um material bizarro de fantasia, na verdade não parece ser um grande esforço. Nem todos os filmes que fazemos têm monstros. Só que filmes como Operação Overlord são melhores quando você acredita na situação, nos personagens e você está verdadeiramente interessado no mundo deles. É mais assustador desta maneira. ”
Mas há mais. Em todo o momento, há perguntas no ar sobre se os vilões e mocinhos são tão diferentes assim. Com algumas exceções, a resposta – pelo menos a que fica para mim – é que não. Já quanto ao elenco, ele é praticamente desconhecido e/ou iniciante. O destaque óbvio é para o ator principal, Jovan Adepo, de Um Limite entre Nós (é o filho de Denzel Washington e Viola Davis).
Mas eu gostei muito de Wyatt Russell, como o líder dos aliados, o Cabo Ford. Se a cara dele lhe é familiar é porque Wyatt é filho de Goldie Hawn e Kurt Russell. Participou também recentemente de um episódio de Black Mirror – Playtest. Mas o resto do elenco também é muito bom – especialmente o grande vilão, o nazista vivido por Pilou Asbaek. Fãs de Game of Thrones, atenção, é simplesmente o ator que faz Euron Greyjoy . Então, você já imagina do que ele é capaz (rs).
No final, mesmo com mensagens importantes, Operação Overlord lembra um daqueles filmes de matinês, lembra?Onde os bandidos são bem maus, mas no final, tudo acaba bem. Será ?