Eu tenho que confessar que quando era pequena não era muito fã do programa de Chacrinha. Não sei foi alguma influência, ou se simplesmente ficava incomodada com o jeito como ele tratava as pessoas. Mas, é preciso reconhecer que Chacrinha, ou Abelardo Barbosa, um menino levado da breca, era diferente de tudo que havia na época (especialmente), e ainda hoje. A história desse homem singular chega essa semana aos cinemas em Chacrinha: O Velho Guerreiro após passar pelo teatro e por um especial de TV. Tudo dirigido por Andrucha Waddington.
O filme começa contando a história de Abelardo Barbosa desde o momento em que larga a faculdade de medicina para se aventurar em seu primeiro “bico” como locutor de rádio. Daí em diante, vemos sua vida se transformar e o nascimento do alter ego mais conhecido do Brasil, o velho guerreiro, Chacrinha. O filme cobre o casamento com Florinda, a tragédia com um dos filhos, e a relação dele com gente que vai desde o poderoso Boni, passando por Clara Nunes, e ainda a relação de pai e filha com Elke Maravilha.
O filme recria várias figuras conhecidas do público até hoje.Entre eles, Wanderlea, Roberto Carlos, Clara Nunes (sugerindo ou não que ela e Chacrinha tiveram um caso) e, é claro, Elke Maravilha. Giane Albertoni até se esforça para imprimir a energia de Elke, mas isso é impossível. Por outro lado, Stepan encontrou em Chacrinha o papel de sua vida. É claro que havia muito material de pesquisa, mas ele parece realmente que Chacrinha “baixou nele”. Por outro lado, Eduardo Streiblitch, como o Chacrinha jovem, cria do nada um personagem brilhante. É o melhor do elenco.
Para aqueles que se lembram de Chacrinha, o filme é um retorno no tempo. Para os que nunca viram, é uma curiosidade. Ver algo que provavelmente nunca poderia acontecer nos dias de hoje – talvez só na internet. Mas como ficaria o politicamente correto?
Veja abaixo a entrevista que fiz com os atores e o diretor. Foi divertido!