Aviso de filme que está na lista de “Melhores do Ano”!! Infiltrado na Klan, que estreia essa semana nos cinemas é bom! É também talvez um dos melhores filmes do diretor Spike Lee, além de ser provavelmente o mais comercial. O filme e Spike foram premiados no Festival de Cannes deste ano. É baseado em uma história real, e mesmo se passando nos anos 70, é atual como poucos.
Na época, Ron Stallworth, um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas. Quando precisava estar fisicamente presente, enviava seu parceiro, um policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou um dos líderes da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.
Lendo a sinopse, dá a impressão de ser um filme pesado, e cheio de violência. Não é! Spike Lee escolheu dar um tom de ironia, expondo ao ridículo a seita, que persiste até hoje. A forma com que o roteiro faz isso é brilhante. Isso desde a primeira cena, com o discurso de um líder supremacista (vivido por Alec Baldwin). Além disso, o filme tem um look, uma trilha, e um estilo, que lembram os filmes do gênero Blaxploitation, muito populares nos anos 70. Tudo é muito bem feito para trazer essa lembrança.
O próprio Ron Stallworth (o filme é baseado em seu livro autobiográfico) chegou a dizer uma vez que adoraria ver Denzel Washington fazendo o seu papel. Só que o tempo passou, Denzel envelheceu, e no seu lugar, entrou seu filho, John David Washington. Conhecido por aqueles que assistem a série Ballers, da HBO, (ele é Ricky Jerrett), John David não é bonito como o pai, mas é extremamente eficiente no papel. Foi inclusive premiado como ator revelação no último Hollywood Film Awards.
Ao seu lado, está Adam Driver, conhecido por Girls e por ser o vilão Kylo Ren em Star Wars. Mas o filme tem muito mais gente conhecida. Laura Harrier de Homem Aranha: De volta ao Lar e Topher Grace como o líder da KKK, David Duke, que até hoje anda por aí. Um momento extremamente emocionante, além do final, é a participação de Harry Belafonte, com seus 91 anos, fazendo o ativista Jerome Turner. Ele conta a terrível história do linchamento de um homem negro chamado Jesse Washington. É uma das sequências de drama do filme, e deixa você com um nó na garganta.
Para o tipo de filme que é, daqueles que tocam na ferida de maneira ainda mais eficiente já que usa a ironia como tom, Infiltrado na Klan até que fez bastante dinheiro . Nos Estados Unidos, alcançou mais de 48 milhões de dólares nas bilheterias. É provável que não será um sucesso por aí, mas ainda assim, é obrigatório!
O gif acima foi feito pela Giphy.