Ainda falei outro dia aqui que tenho pouca paciência com diretores que querem aparecer mais que a história do filme. É o caso de Julian Schnabel, de No Portal da Eternidade, que estreia hoje (7) nos cinemas. Ele faz um filme destinado obviamente para as salas de cinema de arte. Tem poucos diálogos (às vezes em francês, às vezes em inglês), e é extremamente contemplativo. Ou para muitos, cansativo mesmo.
A História
O ano é 1888. Após sofrer com o ostracismo e a rejeição de suas pinturas em galerias de arte, Vincent Van Gogh (Willem Dafoe) decide ouvir o conselho de seu grande amigo, Paul Gauguin (Oscar Isaac), e se mudar para Arles, no sul da França. Lá, lutando contra os avanços da loucura, da depressão e as pressões sociais, o pintor holandês passa a viver uma das fases mais prolíficas de sua curta, porém meteórica trajetória.
O Elenco
Este é o filme que deu a indicação ao Oscar de melhor ator para Willem Dafoe. Ele está ótimo, mesmo sendo muito mais velho que Van Gogh, que morreu aos 37 anos – Willem tem 62. Mas, ele consegue imprimir de maneira brilhante a genialidade e, ao mesmo tempo, a loucura do pintor. Os olhares atormentados, o desespero está presente em todos os momentos. Realmente uma grande interpretação, que merece estar entre os cinco finalistas dos Oscar.
O elenco ainda têm várias participações pequenas, mas bem especiais, de atores conhecidos. Além de Oscar Isaac (muito charmoso como Gauguin), ainda é possível ver mais. Mads Mikkelsen como um padre, Rupert Friend como o irmão, Emanuelle Seigner (quase irreconhecível) como Madame Ginoux, Mathieu Amalric como o médico Paul Gachet, e até Vincent Perez como o diretor.
Todos eles ajudam a passar o tempo, as quase duas horas de filme. Mas, a não ser que você seja um fã desse tipo de cinema, extremamente artístico, em que o conteúdo é bem menos importante que a forma, vai ser difícil aguentar sem dar uma “pescada” ou outra. Sim , a paisagem é maravilhosa, a fotografia idem. Só que, ao som irritante de um piano nervoso, é bem difícil aguentar .