Quando O Favorito estreou no festival de Toronto no ano passado, muita gente começou a dizer que ele seria um possível forte concorrente ao Oscar. Especialmente por causa da atuação de Hugh Jackman. Mas, o filme acabou perdendo força, especialmente depois que outra biografia de político, Vice, acabou entrando em todas as listas de melhores do ano. Não conseguiu indicação alguma na Temporada de Premiações – somente um prêmio de ator do ano para Hugh Jackman no Hollywood Film Awards, que não significa muito. Tanto que O Favorito acabou nem sendo lançado nos cinemas. Mas chegou essa semana em VOD. Está disponível para aluguel e compra nas plataformas NOW, SKYPlay, Vivo Play, iTunes, GooglePlay, Looke, Oi, Playstation Store e Filmes & TV Microsoft.
A história
Ele é baseado no livro All The Truth Is Out, de Matt Bai, sobre o candidato à presidência americana Gary Hart. Hugh Jackman estrela como o carismático político. O filme mostra a ascensão e queda do senador Hart. Ele era considerado o imbatível favorito dos Democratas na escolha presidencial de 1988. Só que sua campanha foi prejudicada pela história de um possível relacionamento extraconjugal com Donna Rice. Com o jornalismo político unido aos tabloides pela primeira vez, o senador Hart sofreu uma marcação cerrada. E o final da história acabou deixando um profundo e duradouro impacto na política americana e na cena mundial.
A crítica
A ação do filme se passa num período de três semanas, que antecedem a indicação do candidato democrata à eleição de 1988, que acabou sendo vencida por George Bush, o pai. Eu me lembro dessa história, especialmente da foto de Gary Hart, um homem casado, com uma loura sentada em seu colo num barco. Essa foto, que foi publicada pela primeira vez num tabloide, não faz parte do roteiro do filme. É interessante essa escolha do diretor Jason Reitman, que fez o incrível Tully no ano passado. Ele obviamente admira o homem/político Gary Hart. tanto que em momento algum confirma o caso entre Gary e Donna.
De seu lado, Hugh Jackman some dentro da persona de Gary Hart. Ele está obviamente lindo- como não estar? – mas assume o personagem deixando de lado características que a gente conhece tão bem de outros papéis. Também a destacar dois outros atores que estão sempre ótimos. Vera Farmiga como a esposa, e J.K. Simmons, como o chefe de campanha.
E depois de O Favorito…
A gente sabe que filmes sobre políticos dificilmente se tornam sucessos de bilheteria. O próprio Vice, tão bom e premiado, foi um fracasso. O Favorito talvez se perca um pouco querendo contar a história de diversos pontos de vista. Mas também demonstra um grande força quando mostra o quanto essas historinhas sobre infidelidades podem prejudicar algo muito maior. O próprio Hart em várias ocasiões relembra, “agora vamos deixar isso de lado e falar do que interessa, como Economia”. A história teria sido muito diferente se tivessem realmente se interessado por isso.