Os anos 90 estão experimentando um momento de revival, com filmes e séries abordando a época – e todas as suas características – na história. No Brasil, tem a novela Verão 90. E no cinema estreou Anos 90, que também é o primeiro trabalho de Jonah Hill na direção. O roteiro também é dele, que aparentemente tem vários toques autobiográficos. Isso porque ele narra com muito carinho essa história sem telefones celulares, Netflix e redes sociais.
A história
De início você já percebe que a fotografia terá um colorido diferente, algo meio desbotado, que remete aos filmes da época. Só que a primeira cena já é extremamente violenta. A partir daí, a gente começa a conhecer a história de Stevie, que precisa lidar com sua complicada família( o irmão violento, feito por Lucas Hedges, e a mãe solteira feita por Katherine Waterston). Além disso, há também os colegas de classe que o diminuem e o início da adolescência. É quando ele encontra um grupo de skatistas, que levam uma vida completamente diferente da sua. É quando ele percebe que a vida pode ser ainda mais complicada do que sua própria realidade.
A crítica
Esse tipo de filme, com aventuras por lugares e situações que obviamente são escolhas ruins, não está entre aqueles que me dão prazer de ver. No início já pensei que tinha entrado em uma furada. Mas tudo é mostrado com tanta delicadeza, e um roteiro tão “redondinho”, que você quer saber como essa história vai continuar a se desenvolver. E muito disso se deve também ao talento do garoto Sunny Suljic. Você pode se lembrar dele de O Mistério do Relógio na Parede ou ainda de O Sacrifício do Cervo Sagrado . Sua atuação com Stevie é doce, com olhares cheios de descobertas, e uma fascinação pelo mundo dos mais velhos. Além de ser lindo, é um talento para acompanhar.
Nunca gostei muito de Jonah Hill como ator. Acho que é careteiro e exagerado sempre. Foi uma grata surpresa ver como se saiu como diretor. Com um certo frescor, e, ao mesmo tempo em que prende a atenção, fez um pequeno filme muito bom.