Numa primeira olhada, Rainhas do Crime parece um filme gêmeo de As Viúvas, lançado no início desse ano. Na verdade, parece um daqueles casos do tipo filme de Branca de Neve ou do Mogli. Mas apesar de partirem do mesmo princípio – mulheres de gangsteres que se juntam para dominar o crime – são dois filmes muito diferentes. Apesar de ter sido elogiado pela maioria da crítica, acho que As Viúvas vale só pelas atrizes. Já Rainhas do Crime, que estreia essa semana nos cinemas, é uma boa surpresa como filme de ação.
A história
Tudo se passa em Nova York em 1978. As ruas sujas e o domínio das diversas facções mafiosas descrevem bem um tempo que passou. Com suas casas de penhores, lojas de artigos eróticos e bares de péssima reputação, os 20 quarteirões entre a 8ª avenida e o rio Hudson são dominados pela máfia. Conhecidos como Hell’s Kitchen, nunca foram um bom lugar para se viver. Porém, para Kathy, Ruby e Claire, as coisas estão prestes a ficar ainda mais complicadas. Quando seus maridos são presos pelo FBI, elas têm que assumir as rédeas do negócio, cuidando das falcatruas e eliminando a concorrência… literalmente. Afinal, agora, elas mandam na vizinhança.
A história é baseada em uma revista em quadrinhos da Vertigo, um braço da DC Comics. E além de ação, tem bastante violência. Essas três mulheres vivem cercadas de situações agressivas e quando se veem sem opções, fica fácil adivinhar o caminho que irão seguir. Assim como as mulheres de As Viúvas, o que move Kathy, Ruby e Claire para o melhor e para o pior, é a falta de dinheiro/perspectiva.
O elenco
Melissa McCarthy, Tiffany Haddish e Elisabeth Moss são as três principais. E estão muito bem. É sempre um prazer ver Melissa sair daquele seu personagem que xinga, e afasta todo mundo com seu jeito bruto que tenta ser divertido. Quando ela se afasta disso, é ótima. Tiffany Haddish funciona melhor em comédia. Aqui, ela é a mais fraca das três, talvez pela natureza do estilo de Ruby. E Elisabeth Moss é sempre incrível com personagens um tanto enlouquecidos. Não tem pra ninguém.
Os homens aqui são coadjuvantes. Seja o agente do FBI feito por Common, ou os três maridos de cada uma delas. Quem consegue surpreendentemente brilhar no meio é Domhnall Gleeson, como Gabriel, um psicopata, vamos dizer, do bem… dentro das possibilidades (rs). Nunca pensei que diria isso, mas ele está muito sexy aqui!
E há ainda uma participação especial que talvez você não reconheça à primeira vista. É Annabella Sciorra, que fez tantos filmes sobre o submundo de Nova York. Repare, ela é a esposa do mafioso do Brooklyn. No final, todas essas mulheres abrem caminhos e, mesmo com seus métodos questionáveis (bem questionáveis), são poderosas e decididas. É uma grata surpresa ver um filme de ação onde esse poder funciona tão bem.
Fotos de divulgação