Algumas coisas que você deve saber antes de pensar em assistir o filme Coringa, que estreia essa semana nos cinemas. Primeiro é que ele é diferente de todos as outras produções do universo de super-heróis que você já viu na vida, seja Marvel ou DC. Ou seja, não é para crianças!! Segundo, é muito violento, muito mesmo, há momentos que você vai até se encolher na cadeira. Já gerou até uma certa controvérsia (veja aqui) nos Estados Unidos. Terceiro, você nunca viu Joaquin Phoenix assim – ele está simplesmente superlativo. E por fim, o filme é muito, mas muito bom mesmo!
A história
É uma história de origem totalmente independente de Esquadrão Suicida e mesmo do novo The Batman, com Robert Pattinson, que está programado para estrear em 2021. A gente começa conhecendo o alter ego do Coringa, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix). Ele trabalha como palhaço para uma agência e, toda semana, precisa comparecer a uma agente social, devido aos seus conhecidos problemas mentais. No mundo cão de Gotham, ele sofre as mais diversas violências, sendo surrado, enganado e mal tratado. E todas as noites volta para o apartamento onde vive com sua mãe, Penny (Frances Conroy). Só que após ser demitido, Fleck acaba realizando seu primeiro assassinato, o que vai dar origem a uma série de situações que ficam completamente fora de controle.
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O filme fez história ao ser o primeiro baseado em quadrinhos a receber o grande prêmio no último Festival de Veneza. É merecido. E na verdade, apesar de ser baseado no mais conhecido vilão do Batman, o Coringa de Joaquin Phoenix e Todd Phillips é um personagem carregado de drama. A atmosfera da fotografia mostra uma Gotham suja, que lembra muito a Nova York de Taxi Driver. Essa fantasia urbana, que mais parece um pesadelo, é extremamente incômoda. E por isso mesmo resultou numa história envolvente, e que provavelmente vai conseguir ainda mais prêmios daqui para frente. Ah, e para os fãs de quadrinhos também há presentes, como referências ao Asilo Arkhan, e Bruce Wayne e a morte de seus pais entre elas.
Joaquin e De Niro
A famosa risada do Coringa, que já vimos nas mais diversas interpretações de gente como Cesar Romero, Jack Nicholson e Heath Ledger, aqui tem uma explicação ainda mais triste. No final, sem um herói presente, cabe à audiência sentir pena dele, ao mesmo tempo que sente medo e repulsa. E com isso, cabe aqui o reconhecimento da atuação de Joaquin Phoenix. Já o vi em diversos papéis densos – Você Nunca Esteve Realmente Aqui parece que foi uma introdução ao que ele pretendeu alcançar aqui com o Coringa (são vários os paralelos). Mas sua interpretação é realmente assombrosa, com perda de peso, e uma entrega e falta de vaidade realmente excepcional. Depois de três indicações, acho que dessa vez o Oscar será dele.
Coringa tem ainda uma participação de Robert De Niro, como um apresentador de TV, numa linha de Johnny Carson e David Letterman. Faz todo o sentido, já que além do filme relembrar Taxi Driver, com a história de um homem insano, também tem raízes em O Rei da Comédia , sobre um homem obcecado por um apresentador. As duas histórias se passavam no final dos anos 70, começo dos anos 80, exatamente a época onde a história de Coringa acontece. E, é claro, ambas tinham Robert De Niro como o maluco. Agora, ele tem a oportunidade de estar do outro lado da história. Para os fãs de cinema, é um presente a mais, além de um filme único, sobre o qual você vai continuar pensando muito tempo depois de sair da sala. Ah, e que trilha sonora!! Mais um Oscar seria merecido na conta!!
Fotos de divulgação