As críticas americanas não foram muito positivas quando Jersey Boys: Em Busca da Música estreou por lá na semana passada. Acho que eles estavam um pouco mal-humorados. A partir deste final de semana, quando o filme começar a ser exibido em nossos cinemas, será possível ver que ele é extremamente bem feito,com uma bela reconstituição de época, as músicas são maravilhosas e a estrutura com os personagens falando diretamente para a câmera em diversas ocasiões, é diferenciada. Por lá, os críticos disseram que o filme só tinha conseguido atingir um tipo de público: o mais velho. Creio que isso é um tanto óbvio não? Quem conhece a música Sherry hoje em dia? Os jovens da época do biografado Frankie Valli também eram muito diferentes de hoje para haver qualquer tipo de identificação.
Mas para aqueles que conhecem as músicas, é uma delícia. E é óbvio que não pode ter preconceito com musicais, lembrando que o filme é baseado em um musical da Broadway de grande sucesso. Inspirado na vida do cantor Frankie Valli (para os mais novos- ou nem tanto- era ele que cantava a música-tema de Grease) e seu grupo The Four Seasons, tudo começa com Frankie ainda como um jovem de 17 anos, cercado por uma vizinhança onde os mafiosos e os pequenos bandidos dominam. Todos o protegem porque é um bom rapaz e tem uma voz de anjo, como diz seu protetor, o gangster Gyp de Carlo (Christopher Walken, único ator conhecido do grande público). Logo ele e seu melhor amigo, Tommy (Vincent Piazza, de Boardwak Empire e para mim o melhor do elenco) montam um grupo musical. Só que eles só conseguem sucesso a partir do momento em que seu amigo Joe Pesci (sim, ele mesmo, de Os Bons Companheiros) os apresenta ao jovem compositor Bob Gaudio (Erich Bergen), que será o autor dos vários sucessos do grupo. É muito divertido ver como ele tem as ideias para as conhecidas músicas como Big Girls don´t Cry, Walk like a Man, Can´t take my Eyes off You. Só que é claro que como em vários casos conhecidos, logo começam os problemas de relacionamento e as brigas, que no final acabarão com o grupo.
O filme é dirigido por Clint Eastwood, que em diversos momentos já demonstrou o seu amor pela música (Bird, por exemplo). Ele não decepciona aqui. Quanto ao elenco, todos estão muito bem. Tenho que reconhecer que John Lloyd Young (Frankie), que ganhou o prêmio Tony, quando fez este mesmo papel na Broadway, é bom. Mas não tem a mesma presença (talvez porque é feio e pequeno) fora dos momentos do palco.
Assisti a peça há alguns anos em Las Vegas. O elenco era diferente mas o resultado era o mesmo. Pura magia do teatro musical, do qual sou grande fã. Fiquei feliz pois no final do filme, Clint homenageia este ramo do teatro, o grande espetáculo da Broadway. Fiquei emocionada e com muita vontade de sair dançando…
PS. Preste atenção em um momento em que os rapazes estão com a televisão ligada e passa uma cena em preto e branco. É Rawhide, série que tornou Clint conhecido. O rapaz bonito que aparece é o próprio diretor há mais de 50 anos!
Eliane Munhoz
Liliane Coelho
26 de junho de 2014 às 12:04 am
Acho que a expectativa era muita alta, por isso a recepção morna.
alfie
26 de junho de 2014 às 3:45 pm
Depois de ler teu texto, fiquei com muita vontade de ver. Mas os críticos mal-humorados não são só os dos States. Aqui, alguns torceram o nariz, justamente aqueles que fizeram o mesmo com Lés Miserables e outros filmes do gênero. São uns chatos
Liliane Coelho
30 de junho de 2014 às 5:06 am
Não gosto muito desse pensamento de certa forma estereotipado. O filme do Clint é legal, embora a expectativa fosse maior do que o resultado foi, mas a versão nova de ‘Os Miseráveis’ é ame ou odeie, por isso entendo a controvérsia. Tirando a bela cena da Anne Hathway, eu estou no time de quem odeia.
Rodrigo Cardoso
30 de junho de 2014 às 5:03 am
Esperava mais do filme, principalmente, por Clint dirigiu maravilhas como “Menina de Ouro” e “As Pontes de Madison”, mas não há como negar que trata-se de um filme bem feito e os momentos musicais são realmente ótimos.
Liliane Coelho
30 de junho de 2014 às 5:07 am
O filme de fato é bem legalsinho mesmo. O ruim foi que a expectativa deu uma problematizada.