Alguns devem se lembrar há alguns anos, quando a Universal lançou sua ideia de ter um dark universe. O princípio era o de ter mega astros como os principais “monstros ” do estúdio, os mesmos que tiveram grandes sucessos lá nos anos 30. O primeiro programado foi A Múmia, com Tom Cruise, que acabou sendo um fracasso. Com isso, os projetos subsequentes dos monstros do dark universe foram arquivados. Inclusive o de O Homem Invisível, estrelado por Johnny Depp. Só que foi então que a Blumhouse, conhecida por seus filmes de terror de baixo orçamento que conseguem sempre dar lucro, entrou na história. A história foi revista, o orçamento – bem – reduzido, mas o título permaneceu o mesmo. Esse novo O Homem Invisível vai estrear essa semana nos cinema, e vale muito a pena.
A história dessa vez se concentra na mulher do Homem Invisível. Presa numa relação violenta e controladora com um cientista milionário e brilhante – e charmoso – , Cecilia Kass (Elizabeth Moss) escapa na escuridão da noite ajudada pela sua irmã (Harriet Dyer). Logo vai se esconder na casa do seu amigo de infância (Aldis Hodge), que vive com a sua filha adolescente (Storm Reid). Tudo sofre uma reviravolta quando o seu ex (Oliver Jackson-Cohen) se suicida e lhe deixa uma enorme fortuna. Mas há algo errado nessa história. Cecilia suspeita que a sua morte foi uma farsa. À medida que uma série de coincidências se tornam letais e ameaçam os seus entes queridos, Cecilia parece estar a ponto de perder a sanidade enquanto tenta provar, desesperadamente, que alguém invisível está tentando lhe matar.
A crítica
O conceito é similar ao de vários filmes onde a mulher toma as rédeas de sua vida após se envolver com um violento e dominador. Alguns que me vem à mente são Dormindo com o Inimigo, com Julia Roberts, e Nunca Mais, com Jennifer Lopez. Mas aqui, o filme muito bem dirigido por Leigh Whannel, tem um diferencial. O suspense psicológico é constante. Especialmente porque é óbvio que o roteiro é muito bem construído para que todos pensem que Cecilia está louca. Fazia muito tempo que não via um filme tão eficiente para provocar tensão. Um herdeiro direto dos melhores momentos de Hitchcock e Brian DePalma.
Há várias cenas surpreendentes. Mas destaco a do sótão e, principalmente, a do restaurante oriental. So que é claro que nada seria tão eficiente sem a presença de Elisabeth Moss. A gente já sabe o quanto ela é boa, premiada por suas incríveis atuações em Top of the Lake e The Handmaid’s Tale. Mas aqui, alternando momentos enlouquecidos, com as tentativas de se mnter sã mesmo com tudo o que sofre, ela arrasa. Provavelmente uma das melhores atuações do ano.