O diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello teve uma vida que realmente daria um filme. Ele já havia sido tema de um documentário dirigido por Greg Barker há alguns anos. E agora Greg voltou para dirigir o filme sobre um recorte de sua vida, chamado Sergio. Ele vai estrear nessa sexta (17) na Netflix. Como cinema, como realização, é um filme médio. Mas vale ser conhecido para que se saiba uma pouco mais da vida desses homem que parece ter sido um grande cara.
Na história ficamos sabendo que Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura) passou a maior parte de sua carreira como diplomata das Nações Unidas trabalhando nas regiões mais politicamente instáveis do mundo. Seu trabalho era negociar acordos com presidentes, revolucionários e criminosos de guerra, com o objetivo de salvar vidas. Quando estava no Timor Leste, conheceu Carolina (Ana de Armas). E quando os dois estavam prontos para começar uma vida mais tranquila no Rio de Janeiro, Sergio aceita um último trabalho. Junto com Carolina, ele vai para Bagdá, que vive o caos após a invasão americana. Só que um bombardeio na sede local da Nações Unidas acaba levando a um momento de vida e morte nos escombros.
A crítica
O filme é cheio de idas e vindas. Mas é bem explicado, não vai deixar você perdido. Para mim, foi interessante conhecer um pouco da história do Timor Leste, e como foi importante a atuação de Sergio para que a situação se revolvesse. Aliás, é interessante acompanhar o vai e vem dos bastidores da política. E, especialmente, que no Iraque, a coisa é muito diferente de todos os outros lugares. Também gostei de como o romance foi incluído na história. Dá pra conhecer um pouco mais o homem e não só o diplomata. Só que, pelo menos para mim, o filme pareceu um pouco longo. Algumas sequências se tornam cansativas, enquanto outras poderiam ser melhor resolvidas. Fica a dúvida, os Estados Unidos, no caso, Paul Brenner (Bradley Whitford), poderia ter ajudado mais?
Mas a minha maior decepção foi, surpreendentemente, Wagner Moura. Gosto muito dele como ator. Já vi atuações brilhantes, como em Narcos, Elysium ou o ainda inédito Wasp Network. Isso só contando as produções estrangeiras. Mas aqui ele está um tanto contido demais, dá a entender que não conseguiu achar o tom do personagem. Realmente uma pena. Em compensação, Ana de Armas arrasa como Cristina. Ela já tinha se saído muito bem em um filme que eu adoro, Entre Facas e Segredos, e também fazendo par romântico com Wagner em The Wasp Network. Aqui, como Cristina, ela se supera. Especialmente na cena onde fala com ele nas ruínas. Me emocionou!
No final, Sergio, como filme, é mediano. Mas vale ser conhecido por ser a história de um brasileiro que tentou fazer a diferença.