Muito antes de Christian Grey, de Cinquenta Tons de Cinza, havia Edward Grey, de Secretária. Rsrs! Secretária é um desses casos de filmes que a gente sempre ouve falar, mas nunca viu. O filme é de 2002, e deu várias indicações de prêmios para Maggie Gyllenhaal, mas por sei lá que razão, nunca havia assistido. Ontem, procurando algo para ver na Amazon Prime Vídeo, me deparei com o filme. Mesmo tantos anos depois de ser produzido, o filme ainda surpreende como uma história de amor nada comum.
Tudo começa com a jovem Lee Holloway (Maggie Gyllenhaal) saindo de uma instituição psiquiátrica. Ela ainda lida com severos problemas emocionais quando retorna à casa dos pais. Só que Lee está determinada a mudar de vida, e consegue um emprego de secretária de um advogado muito exigente, E. Edward Grey (James Spader). Paralelamente, ela também começa a namorar Peter, um rapaz gentil mas sem graça. Só que a relação de trabalho com Edward Grey começa a se desenvolver de um modo inesperado, que vai afetar a vida de ambos.
A crítica de Secretária
É claro que é preciso avisar quem se interessar que há cenas com masoquismo, dominação e submissão. E sim, é uma comédia. Bem diferente de tudo o que você já viu, posso garantir. Há pouca nudez, mas a sensualidade está sempre presente na química entre os dois personagens. Em Secretária, nada é forçado. São duas pessoas que partilham dos mesmos gostos , e que fazem bem um ao outro. Ou seja, para mim, a mensagem do filme é que há sempre alguém que combina com você, seja qual for a sua preferência. Uma pena que está disponível somente na versão dublada na Amazon.
Ainda assim, tudo parece estranho já de início. Lee tem o costume de se cortar, Edward tem uma obsessão com plantas e canetas vermelhas. Mas o diretor Steve Shainberg consegue envolver o público e fazer torcer por este dois. O roteiro, de Erin Cressida Wilson, de A garota no Trem, é brilhante, por sua leveza e falta de preconceito. E, é claro, tem a atuação de Maggie Gyllenhaal. Como ela é sempre ótima! Sua transformação da garota insegura em mulher que sabe o que quer envolve não só o olhar, a forma de falar, mas principalmente sua linguagem física. Ela não concorreu ao Oscar naquele ano – era demais para a Academia, né? Mas recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, e venceu o Gotham e o National Board of Review. É provavelmente sua melhor atuação.
Já James Spader está um pouco over, como sempre, mas seu papel comporta esse exagero. O engraçado é perceber que provavelmente E.L. James deve ter assistido algumas vezes Secretária para se inspirar para seu romance Cinquenta Tons de Cinza. Até mesmo no nome do protagonista dominador. Rsrs!