Durante alguns anos, trabalhei na área de home entertainment da Paramount Pictures. A trilogia de O Poderoso Chefão teve vários lançamentos especiais na época. Ou era um novo rótulo, ou um brinde especial, tudo era motivo para dar uma nova cara para a trilogia dirigida por Francis Ford Coppola. E em todas as vezes a venda sempre ultrapassava as expectativas. Agora, mais uma vez, chega uma nova roupagem. Só que dessa vez, somente o filme menos elogiado, O Poderoso Chefão 3. Francis Ford Coppola reeditou, segundo ele diz em vídeo que antecede o filme, para deixá-lo mais próximo do projeto original que ele e o autor Mario Puzo planejaram para o fim de Michael Corleone.
O Poderoso Chefão – Desfecho – A morte de Michael Corleone, estreia nessa 5ª nos cinemas. Ele se torna agora menos uma terceira parte e mais um epílogo, conforme o diretor afirma. Originalmente lançado no Natal de 1990, o filme conta a jornada de Michael para afastar sua família dos negócios de crime, e ainda achar um sucessor. Na ocasião, a crítica acabou com o filme, especialmente quando comparado com os dois primeiros. Mas mesmo assim, ele ainda concorreu a sete Oscars, inclusive filme, diretor para Coppola, e coadjuvante para Andy Garcia. Não ganhou nenhum.
Sofia Coppola
Sinceramente nunca achei o filme fraco. O envolvimento com a corrupção na igreja é um tanto difícil de acompanhar, mas funciona perfeitamente. Para mim, o que estragou o filme sempre foi a atuação absurdamente ruim de Sofia Coppola num papel tão importante quanto o de Mary, a filha de Michael Corleone. A personagem seria feita por Winona Ryder, que chegou a se apresentar no set, mas sofreu um desmaio, o que foi diagnosticado como exaustão. Quando isso aconteceu, Laura San Giacomo and Linda Fiorentino foram consideradas para o papel. Só que o diretor insistiu em chamar Sofia, que tinha somente 19 anos e era totalmente inexperiente. O resultado foi um desastre! É provavelmente a pior atuação que já vi na vida num filme de primeiro escalão. Ainda bem que depois ela resolveu ser diretora.
O novo Desfecho
Francis Ford Coppola fez várias “mexidas” nas cores e na trilha sonora. Alterou o início e o fim, além de umas outras cenas. Mas o fim é que é a mudança mais contundente. É claro que a terceira parte dessa história nunca estará à altura das duas primeiras. Essas são um mundo à parte na história do cinema. Mas, ela também tem momentos inesquecíveis. Repare, por exemplo na cena do massacre no meio da festa da procissão. Os movimentos de cena, as cores, a forma como o público acompanha a sequência. E, é claro, a música, sempre um destaque nos filmes do diretor. É uma daquelas cenas grandiosas para as quais o cinema foi feito.
O certo é que a nova edição melhorou o filme. Na verdade, transformou um bom filme em algo um pouco melhor. E que vale a pena ver na tela grande. De qualquer maneira, a partir do dia 8, ele estará disponível nas plataformas digitais.