Sempre digo que não sou grande fã de séries de comédia. Curtia assistir The Big Bang Theory e Friends. Ocasionalmente, ainda via Two and a Half Men. Fora isso, só um episódio ou outro para conhecer. Mas, meu amigo José Augusto Paulo adora o gênero. Então escreveu sobre uma das séries mais premiadas do últimos tempos: Modern Family. Só para se ter uma ideia, a série durou 11 temporadas, e ganhou 6 Emmys seguidos de melhor série de comédia. Atualmente, as 11 temporadas estão disponíveis na Globoplay. Já a Netflix tem 10, e a Amazon 9.
Modern Family
Uma colega, bem politicamente correta, foi a primeira pessoa que me recomendou Modern Family. A série teve seus episódios finais da 11ª temporada lançados no comeco de 2020. Achei que a história de uma familia era nada de especial. Ela era composta por um pai empresário que se casa pela segunda vez com uma esposa estrangeira mais jovem (a bela, elegante Sofia Vergara, que já foi âncora de noticiário na TV). Ele tem um filho gay que decide adotar uma garotinha asiática com seu parceiro. E também uma filha um tanto nervosinha, que têm duas filhas e um filho (Nolan Gould, que faz o filho burraldo e é inteligentíssimo na vida real) com um corretor imobiliário.
Um dia, um dos episódios apareceu no entretenimento de um voo longo que eu estava fazendo. Gostei do ritmo da série, dos episódios curtos, do humor rápido e inteligente. Dias depois, adquiri o primeiro DVD da primeira temporada e me tornei fã ? . Até ter minha conta na Netflix, eu acompanhava a série por DVDs. Hoje em dia, Modern Family tornou-se meu calmante antes de me deitar. É a minha forma de relaxar ao fim do dia, pois sempre me faz rir.
A crítica
No começo, o único ator que eu reconhecia era o veterano Ed O’Neill, que tem um timing excelente para comédia. Os outros me eram desconhecidos. Com o passar do tempo, admirei como eles melhoravam a sua atuação, apesar de sentir, com frequência, que os atores nao tinham grande afinidade entre si. Na verdade, em alguns momentos, eles parecem verdadeiramente antagonizar-se uns aos outros. Exatamente como algumas famílias também fazem. Só que, ao invés de estragar o pique, na verdade o melhora. O humor fica mais picante, mais rápido, e mais intelectual do que visual.
Desde o começo, a série mostra, em dados momentos, um ou dois personagens falando para a câmera. É como se fosse uma entrevista após a cena. Jesse Tyler Ferguson brilha nesses momentos como também Ed O’Neill e Julie Bowen. São segundos de ‘stand up’ que se encaixam perfeitamente no andamento do episódio. Na verdade, por vezes, sentimos que os atores não formam um elenco homogêneo. Mas que, separadamente e, mantendo uma certa distância emocional dos outros, brilham. Mesmo os irritantes Eric Stonetreet e Rico Rodriguez (chatos demais!) têm seus momentos de genialidade cômica. Mas também com exageros inúteis.
Os atores infantis crescem durante o período da série. Ariel Winter, por exemplo, acabou se tornando tão sexy quanto Sofia Vergara. Eles também melhoram suas atuacões, contra os mesmos cenários de dez anos antes. Mas isso pouco importa, pois o valor maior está nas falas que nos deliciam. Todo o resto vira detalhe. Um episódio por noite ajuda a dormir melhor ?