Um problema que ocorre quando você assiste muitos filmes e séries é que cada vez mais fica difícil de se surpreender. Outro ponto é que em alguns casos, é que você percebe de longe o caminho de certas histórias. É o caso de O Recepcionista, disponível na Netflix. É um filme policial, que tem sua fonte clara todos os exemplos de film noir. Estão lá o rapaz no lugar errado na hora errada, o voyeur, a femme fatale, o assassinato. Tudo isso junto parece ser bem interessante, certo? Só que nesse caso nem tanto. O filme bebe em várias fontes, só que não surpreende, muito pelo contrário. E principalmente, é chato e previsível.
A história
O Recepcionista conta a história de Bart Bromley (Tye Sheridan), um jovem com síndrome de asperger que trabalha como recepcionista em um hotel. Só que ele também gosta de observar as mulheres com câmeras muito bem escondidas. Quando uma mulher é assassinada durante seu turno, Bart se torna o principal suspeito. Após a tragédia, ele vai para outro hotel da mesma rede, e conhece a hóspede Andrea (Ana de Armas). E logicamente ele se interessa por ela imediatamente. Enquanto a investigação policial se aproxima, ele precisa provar sua inocência, proteger Andrea e parar o verdadeiro assassino antes que ele faça mais vítimas.
Com seus lugares comuns, as revelações/surpresa do final não surpreendem ninguém. Por consequência, o filme não funciona. Mesmo com os evidentes esforços do elenco importante, você acaba cansado dessas idas e vindas tão previsíveis. Helen Hunt, que faz a mãe de Bart, e John Leguizamo, como o detetive, tem pouco a fazer. O positivo é que tanto Ana de Armas como Tye Sheridan nos papéis principais estão ótimos. Tye, especialmente, é um ator que desde criança, sempre foi ótimo. É só lembrar de Amor Bandido, de 2012, ou ainda Jogador número 1. Aqui, ele tem ótimos momentos como Bart. Mas, nem isso ajuda a salvar o filme