Lembro-me bem quando O Tigre e o Dragão foi lançado nos cinemas em 2000. E depois quando o lancei em vídeo/DVD. Era aquele tipo de filme sobre o qual todo o mundo falava com sua linguagem inovadora. Até hoje foi o único sobre artes marciais a ser indicado para o Oscar de melhor filme – teve ainda outras 9 indicações. Agora, o anúncio de sua sequencia está fazendo um enorme barulho em Hollywood. Por que? O Tigre E o Dragão: A Lenda Verde, vai estrear ao mesmo tempo exclusivamente na Netflix e nas salas de cinema IMAX em todo o mundo em 28 de agosto de 2015.
O problema é que os donos de cinema não gostaram muito dessa história. Considerando que a grande maioria dos cinemas IMAX no mundo são joint-ventures entre os cinemas e o serviço de tecnologia, a coisa pode se complicar. Nos Estados Unidos 400 cinemas são IMAX enquanto no resto do mundo eles somam 320 (incluindo o Brasil). Por lá, as maiores redes de exibição (inclusive a Cinemark) já disseram que não mostrarão o filme em suas salas pois desejam continuar com a atual “janela” de 3 a 4 meses entre a exibição nos cinemas e a disponibilização para o home entertainment, que inclui os serviços de streaming como a Netflix. Ou seja, ainda haverá muita discussão sobre o assunto. Até porque o CEO do Imax já disse que também apoia as “janelas” e que só aceitará lançar filmes com esse tipo de acordo com a Netflix em períodos de queda de audiência nos cinemas, como é o caso do final de agosto.
Dirigido pelo coreógrafo Yuen Wo Ping (trilogia Matrix) O Tigre E o Dragão: A Lenda Verde revisita os temas do original, falando sobre um amor perdido, uma espada lendária, uma última chance de redenção, batalhas entre o bem e o mal. O roteiro é baseado no romance de Wang Dulu, Iron Knight, Silver Vase, (livro 5 da série Crane-Iron). A estrela do primeiro filme, Michelle Yeoh volta como Yu Shu-Lien e Donnie Yen é o Lobo Silencioso. Os fãs de Glee vão ficar felizes de saber que Harry Shum Jr. (Mike Chang na série) também estará no filme.
O certo é que vivemos um tempo de grandes mudanças na forma de consumir conteúdo. E eu creio que cada uma delas terá seu público específico. Afinal, quem quer ter a experiência de ver um filme em tela grande, vai fazê-lo. É muito diferente assistir Gravidade no cinema, por exemplo. Há aqueles que não se importam em ver numa tela pequena. E realmente há muitos casos que isso é totalmente satisfatório. Mas há ainda aqueles que infelizmente compram os DVD´s piratas vendidos em banquinhas no meio da rua, mesmo com sua qualidade claramente inferior e sabendo que isso é contra a lei.
É, as coisas mudam!