Free Guy – Assumindo o Controle vai finalmente estrear nos cinemas nessa quinta-feira. Há quanto tempo ouvimos falar desse filme? Lembro especialmente na CCXP de 2019, antes de toda essa loucura começar, quando vi o painel do filme. Na ocasião, o astro Ryan Reynolds, Joe Keery e o diretor Shane Levy estiveram aqui. Mais de um ano e meio depois, o filme chegou. Ele estreou na última semana nos Estados Unidos, e surpreendeu positivamente nas bilheterias. Ao contrário de outros títulos, que foram simultaneamente para o streaming, Free Guy teve um lançamento exclusivo nos cinemas. A estratégia vai se repetir aqui no Brasil.
Um caixa de banco parece feliz com uma entediante rotina. Mas ele tem sua vida virada de cabeça para baixo quando vê uma jovem por quem se apaixona à primeira vista. É quando descobre que é um personagem em um jogo interativo. E sua grande paixão é o avatar de uma jovem que pretende provar que foi enganada e há um grande vilão na vida real. Agora Guy precisa se acostumar com sua nova realidade. E, é claro, com o fato de que é o único que pode salvar o mundo.
A crítica
Já começo dizendo que você vai se divertir com o filme. Há momentos bem engraçados, e inúmeras referências para quem joga videogame. Inclusive com a presença de alguns gamers e streamers famosos como Ninja, Pokimane, e DanTDM. Mas, não é só diversão para quem joga. Eu nunca jogo, e dei boas risadas.
Mas, é claro que o filme tem seus probleminhas. Depois de uma hora de ação, ele começa a enrolar um pouco – tem 1h55 no total. Na ocasião em que esteve aqui, Ryan Reynolds falou que Free Guy era seu filme favorito porque era “baseado em nada”. Mas tem óbvias inspirações. A primeira é O Show de Truman. Mas também tem muita coisa de Matrix e, claro, de Jogador número 1. Inclusive um dos roteiristas de Free Guy é Zak Penn, que também escreveu o roteiro do filme de Spielberg.
Visualmente ele é bem interessante, com incríveis efeitos especiais. De vez em quando chega até ser excessivamente confuso. Mas isso com certeza é uma homenagem à linguagem dos videos games. O filme tem várias participações especiais, como Channing Tatum. Não vou revelar mais para não estragar as surpresas. E, assim, mesmo com seus probleminhas de ritmo do roteiro, ele acaba nos conquistando.
O elenco e Taika Waititi
Ryan Reynolds faz o de sempre, ou seja o papel de Ryan Reynolds. Mas o filme tem ótimos momentos de Jodie Comer (Killing Eve) e Joe Keery (Stranger Things). Taika Waititi, de novo está exageradíssimo e ótimo como o vilão da história.
Numa entrevista, eu perguntei a Shane Levy como era trabalhar com ele. ” Ele é muito engraçado. É uma das mentes de comédia mais rápidas que já vi. Taika é tão rápido quanto Robin Williams era. E Ricky Gervais é. Cada take tem alguma coisa diferente. E eu nem cortava a câmera. E ele pedia sempre para voltar, dizendo ‘podemos fazer de novo?’ Ele chegou a fazer isso 13 vezes. Não estou brincando. E vinha uma nova piada, e mais uma. E não estou certo se ele leu o roteiro. Aquele vilão , Antwone, precisava de poder, de presença. Mas também precisava ser um pouco louco. E isso é basicamente Taika! Poderoso, com presença e maluco”.
E como era dirigir um diretor? “Em momento algum, senti que seria um problema ter dois diretores no set. Ele é um cineasta incrível. Eu gosto dele e o respeito muito. Mas, nesse filme, ‘estou aqui para fazer esse papel. E ele foi um contribuinte ávido. ”