Em 2014, eu coloquei o filme francês A Familia Bélier entre os meus Top 5 do ano. É um filme que mexe com as emoções. Faz você rir e chorar – muito. Também me fez conhecer um grande nome da música francesa, Michel Sardou. Adoro o filme, e vejo e revejo sempre – atualmente ele está disponível no Telecine. Com uma fórmula tão bem sucedida, não demorou muito para que Hollywood fizesse sua adaptação da história. O reboot tem o título de No Ritmo do Coração, e estreia nessa quinta nos cinemas.
No Ritmo do Coração mostra a relação da jovem Ruby Rossi com a família e os seus sonhos. Ruby (Emilia Jones) é a única pessoa que não é surda em sua família. Por essa razão, assumiu o importante papel de intérprete dos pais e do irmão mais velho. Ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios da adolescência e os dilemas da família, Ruby descobre seu grande talento para cantar. Para desenvolver seu potencial, ela conta com a ajuda professor de música Bernardo Villalobos (Eugenio Derbez). Este começa a treiná-la para uma importante audição na universidade de música Berklee, em Boston. Só que a partir daí, Ruby se vê dividida entre seguir o amor pela música e o medo de deixar a família sozinha.
O que achei do filme?
É sempre complicado julgar um filme que é um reboot de um de seus preferidos. É difícil separar o gosto pessoal da crítica cinematográfica. No Ritmo do Coração é um bom filme. Provavelmente eu teria adorado, se não tivesse visto A Família Bélier. Mas acho que ele tem alguns probleminhas. O primeiro é que ele se dispersa um pouco, dividindo a atenção entre os pais e Ruby. As cenas com os pais – os ótimos Marlee Matlin e Troy Kotsur – são longas e, em alguns momentos, cansam um pouco. Especialmente durante as discussões dos problemas financeiros. O corte no final também tira um pouco do impacto da cena do teste.
Na época do lançamento de A Família Bélier, houve um revés. Os atores que faziam os pais – Karin Viard e François Damiens – não são surdos. Somente Luca Gelberg, que fez o filho/irmão é surdo. E isso, claro, gerou um série de críticas. Essa situação não existe em No Ritmo do Coração. E isso dá ainda mais verdade aos personagens sendo interpretados por atores surdos.
Eu gostei muito da atriz principal, Emilia Jones, conhecida por aqui pela série Locke and Key, da Netflix. Além de boa atriz, tem uma voz deliciosa. E, claro, Eugenio Derbez, com seu jeito sempre exagerado, é divertido e emocionante. A trilha sonora não homenageia um único artista, como em A Família Bélier. Mas termina com Joni Mitchell – Both Sides Now. Isso quer dizer garantia de emoção – leia-se choro, rs. Ou seja, é uma bela história, com bons momentos, e vale conhecer.