É bem provável que hoje em dia a maioria das pessoas não tenha a menor ideia de quem foi Cantinflas. Ícone maior do cinema mexicano, Cantinflas foi um personagem criado por Mario Moreno, um homem inteligente com uma capacidade ímpar de vender a sua criação. Eu mesma pouco conhecia sobre sua fase inicial, como começou sua carreira de comediante e principalmente como criou o personagem. Interessante, histórico, ele principalmente dá uma visão de quem foi essa incrível figura e sua importância na cultura cinematográfica de um país no filme Cantinflas: A Magia da Comédia. Ele é o representante do México em busca de uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro e estreia este fim de semana nos cinemas brasileiros.
Tudo começa no final dos anos 50, quando o produtor Mike Todd (Michael Imperioli) tentava viabilizar sua produção A Volta ao Mundo em 80 Dias, que viria a ser o filme vencedor do Oscar. A forma com a qual ele tenta convencer seus investidores é contratando o maior astro do México, Cantinflas. A partir daí, a ideia é que ele consiga convencer todos os outros grandes atores necessários para transformar o filme “na maior produção já vista”. Paralelamente, somos apresentados ao início da carreira de Moreno e como ele chegou a ser o grande astro necessário para Todd fazer seu filme.
A estrutura do filme lembra as biografias de antigamente dos estúdios americanos. Bem feitinho, com boa reconstituição de época, tem uma forma interessante de olhar o personagem. Sua força criativa, como aprendeu a usar seu talento. Não espere algo muito diferente. Mas é, sem dúvida, uma bela e merecida homenagem.
No papel principal, numa incrível interpretação, está o ator espanhol Oscar Jaenada. Incrível a semelhança com os trejeitos, voz e expressão corporal de Cantinflas. Talvez você não ache que as passagens com o ator sejam realmente engraçadas, mas creio que esse não é o objetivo do diretor, Sebastian Del Amo. Afinal, Cantinflas foi um só. Assim como Chaplin, Oscarito e Renato Aragão, que são únicos, Cantinflas era dono de um estilo todo próprio, que hoje pode até parecer ultrapassado. Mas ainda assim inesquecível! Vale conhecer.
Eliane Munhoz