A Filha Perdida, que estreou dia 31 na Netflix, vem sendo muito elogiado pela crítica. É um dos favoritos para a Temporada de Premiações. A estreia de Maggie Gyllenhaal na direção(ela também é roteirista e produtora) já foi reconhecida por várias instituições. Ganhou vários prêmios no Gotham Awards, inclusive melhor filme. No Festival de Veneza, Maggie levou o melhor roteiro. A minha opinião é um pouco diferente da maioria. É um filme interessante, mas não é para tudo isso.
A Filha Perdida é baseado no livro de Elena Ferrante. Leda (Olivia Colman) é uma mulher de meia-idade divorciada. É devotada à área acadêmica como uma professora de inglês. Ela resolve tirar férias e ir sozinha para uma cidade costeira. Com o passar dos dias, Leda observa uma família que a faz lembrar de períodos difíceis de sua vida como mãe.
O que achei de A Filha Perdida?
Maggie Gyllenhall tem algumas escolhas diferenciadas para o uso da câmera. É claustrofóbica e intimista. Me incomoda, mas acho interessante. Entretanto, o roteiro me incomoda um pouco. Ele segura o suspense do que aconteceu com as filhas até o último minuto. E o resultado final é um tanto frustrante. O personagem de Leda chega a ser irritante na meia idade. Ela é muito mais compreensível nos flashbacks, quando Jessie Buckley assume de forma brilhante o papel de Leda.
O filme mostra aquilo que sempre falo. Nem toda a mulher nasceu para a maternidade. É o caso claro de Leda. Ela obviamente tem problemas nervosos devido a experiências pelas quais passou com relação às filhas e à sua vida. Mas Leda tem reações em sua meia idade difíceis de compreender e ainda mais ter empatia – caso da situação da boneca. Em minha opinião, a história acaba sendo extremamente vaga, e com isso, deixa um monte de perguntas sobre Leda e sua vida. Ou seja, ficamos duas horas conhecendo uma mulher. E no final descobrimos que não sabemos nada sobre ela.
Entretanto, as interpretações são sensacionais. Não só Jessie Buckley, para mim a melhor do elenco, mas também Olivia Colman e Dakota Johnson. Esse, com certeza, é o melhor momento de Dakota no cinema. Uma atriz linda, que com a direção certa pode se transformar numa atriz de grande força e potencial.
Monica
2 de janeiro de 2022 às 10:36 pm
Acho que, ser mãe pode ser uma carga muito pesada pra algumas mulheres. Amo demais meus filhos e ele a mim. Mas, não repetiria de novo essa experiência. Comecei muito cedo. Não tava preparada. Acho que a maioria das mulheres também não está. O marido da Leda não era lá grandes coisas. Parece que a infância dela também foi traumática. Essas experiências, podem mexer com a perpersonalidade de uma pessoa ao longo dos anos.
E, quanto a ela ter escondido a boneca, eu entendi. Aquela linda mulher, tinha uma vida bem cômoda. Aturar choro da filha por uns dias, não foi tão prejudicial assim. Um pouco de dificuldade não mata ninguém.
Thellma
3 de janeiro de 2022 às 6:13 pm
Concordo plenamente com sua análise. Já estava impaciente, perdendo o interesse no enredo que, me perdia mais pelas brilhantes atuações do que pelo enredo em si.
Também senti que faltou algum elo de compreensão psicológica da personagem Leda-adulta. Como a jovem Leda chegou nessa complexa e atormentada adulta?