Já faz algum tempo que não tenho mais muita paciência com filmes e séries sobre cartel de drogas. Gente feia, sem princípios. Tento evitar mesmo. Mas eu tinha assistido o primeiro Alemão, de 2014. Este contava a história de cinco policiais infiltrados que acabam ficando presos no morro poucos dias antes da invasão. Está disponível na Netflix e no Telecine. Na época, me lembro que até achei bom. Isso me fez querer assistir Alemão 2, que estreia nessa quinta nos cinemas.
O filme começa já com uma ponte com a história do primeiro, fazendo um paralelo com os acontecimentos da época. Depois, o tempo passa, e o policial civil Machado e seus comandados, Ciro e Freitas, executam uma missão secreta. Eles devem prender um grande líder do tráfico de drogas. Eles são supervisionados pela delegada Amanda e seguem as pistas de um informante . Só que a ação sofre uma emboscada. Foragidos, os policiais são caçados por traficantes. Enquanto isso, no centro de operações, Amanda conduz uma investigação sobre o ocorrido e orienta o grupo a sair do Alemão com vida.
O que achei de Alemão 2?
O filme, assim como o primeiro, é produzido pela RT Features. É muito mais ciente politicamente. Trata de preconceito, violência, burocracia e corrupção. Além disso, vê os lados das pessoas que moram nessas comunidades dominadas por traficantes. Uma grande parte só quer viver a vida, sair para trabalhar e criar sua família. Esse é o caso das personagens de Mariana Nunes (que estava no primeiro filme) e Zezé Motta. Esta última tem uma cena ótima sobre ser enfermeira e não médica.
A primeira parte do filme é um tanto parada e cansativa. É a preparação para a ação que acontece na segunda metade. A partir daí o filme funciona. É eficiente naquilo que se propõe, com ação, suspense, tiros e violência. Também não é claustrofóbico (o que era bem interessante) como o primeiro. Segundo o diretor, José Eduardo Belmonte, Alemão 2 “mostra mais o que está ao redor, o lugar, as pessoas em volta do conflito. Também por isso, tivemos muito mais locações, maior número de personagens e, pelo menos, quatro cenas de ação bastante complexas.”
Para quem gosta do gênero, o filme funciona. Tem um bom elenco, liderado por Vladimir Brichta, sempre um ator eficiente. Também tem Gabriel Leone, totalmente diferente de seu filme anterior, Eduardo e Monica. Os dois fazem os policiais. Ainda estão no filme Leandra Leal, Aline Borges, Dan Ferreira e Digão Ribeiro.