Como sempre, saio à procura de filmes não muito badalados que estão disponíveis no streaming. Outra noite me deparei com Estranho, Mas Verdade, que está na Amazon Prime Vídeo. O que me atraiu foi o elenco. Margaret Qualley, Nick Robinson, Amy Ryan e Greg Kinnear nos papeis principais. E ainda os ótimos Brian Cox e Blythe Danner como coadjuvantes. Com esse elenco não tinha muito o que pensar. O filme é um suspense/ drama que envolve quase até o final.
A jovem Melissa (Qualley) aparece na casa da mãe do seu namorado Ronnie, morto há cinco anos . Sem nenhuma explicação de como isso ocorreu, Melissa acredita na ideia de que o filho é mesmo do rapaz. Obviamente, a mãe (Ryan) e o irmão Phillip (Robinson) não embarcam muito nessa história. Resolvem então, paralelamente, investigar o que aconteceu. E com isso, acabam descobrindo algo inesperado.
O que achei de Estranho, Mas Verdade?
Estranho, mas Verdade se baseia no livro best-seller de John Searles. O roteiro nos leva inteligentemente a situações dúbias todo o tempo. Será que o filme terá uma história sobrenatural ? Será que o pai do rapaz, que é médico numa clínica de fertilização tem algo a ver com isso? Qual a história do acidente de Phillip? E o casal estranho que meio que adotou Melissa também parece suspeito. Durante boa parte da história Estranho, mas Verdade parece ser uma variação de O Bebê de Rosemary. Tem inclusive uma cena que remete àquele filme quando Melissa está pintando o berço. Tudo muito bem feito.
Aos poucos vamos descobrindo alguns segredos. Outros, entretanto, não são explicados. Senti falta disso ! Mas o grande problema acaba sendo o final. Não estou me referindo à resolução do mistério. E sim à cena de perseguição e suspense que parece até ter sido adicionada posteriormente, já que não combina com o resto da narrativa. Talvez para quem não tenha visto tantos filmes como eu, essa parte até possa funcionar. Mas é extremamente previsível.
E, é claro, tem o elenco. Todos estão ótimos. Mas o destaque acaba ficando com as duas atrizes principais. Amy Ryan adora esses papéis de mulher forte, mas sempre à beira de um ataque de nervos. É ótima nisso. Já Margaret Qualley tem se destacado em personagens totalmente diferentes como em Maid ou Era uma Vez em Hollywood. Aqui, ela imprime uma inocência e uma resignação tocantes. Valem o filme.