A gente sempre ouve falar das histórias de tiroteios em escolas americanas. São sempre tristes, trágicas de grandes perdas. O cinema já abordou várias vezes o tema. Até numa animação de 12 minutos sensacional da Netflix, Se Algo Acontecer , Te Amo. Vários episódios de séries acabaram sendo adiados/cortados por exibirem histórias sobre o assunto em momentos em que a realidade era ainda mais absurda. Foi o caso com o final de temporada de FBI, por exemplo. E agora chega aos cinemas mais um suspense que fala sobre um tiroteio em uma escola . A Hora do Desespero, com uma atuação sublime de Naomi Watts (mais uma), estreia nessa quinta.
No filme, Naomi é uma mãe recentemente viúva, Amy Carr. Ela está fazendo o possível para restaurar a normalidade na vida de sua filha e de seu filho adolescente em sua pequena cidade do interior. Um dia ela resolve fazer corrida matinal no meio da floresta que tem perto de sua casa. Só que acaba indo muito longe quando fica sabendo que um tiroteio ocorreu na escola de seu filho. A quilômetros de distância, a pé na floresta densa, Amy corre desesperadamente contra o tempo para salvar seu filho. Ela se comunica – ou tenta – com todos por telefone na esperança de descobrir se os filhos estão seguros. Mas sem sinal e com poucas informações, jogadas por policias e jornalistas, que conseguiu no caminho, Amy se vê em um dilema de mãe. Seria o seu filho um assassino ou uma vítima dentro de sua própria escola?
O que achei de A Hora do Desespero?
O diretor é o ótimo Phillip Noyce, que já demonstrou que sabe fazer suspenses em filmes como Terror à Bordo e Jogos Patrióticos. Ele mantém o suspense de uma maneira engenhosa na maior parte do filme só focando nas expressões de Naomi Watts, como a mãe desesperada. Ele joga com as possibilidades com ela e com o público. Será que o garoto é um assassino ou uma vítima? É uma sensação de pura tensão.
Além disso, o diretor usa tomadas aéreas para que seja possível acompanhar o local lindo e mesmo assim intransponível onde Amy está. Tudo se passa com ela, se machuca, bate a cabeça, tem problemas de sinal, a bateria vai acabando. E claro, fazendo tudo isso funcionar está Naomi Watts. Quem já a viu em O Impossível, sabe que ela é imbatível fazendo uma mãe em busca de seus filhos. Como a câmera fica o tempo todo em cima dela, é um trabalho contínuo de desespero para tentar entender o que está acontecendo.
Eu gostei muito de A Hora do Desespero. A maioria das críticas americanas entretanto foi péssima. Deve ser difícil para eles que convivem com esse pesadelo todo o tempo, analisar friamente o potencial de um filme com esse tema. Mas o filme me manteve atenta, me emocionou, com ação ininterrupta. Recomendo!