Numa daquelas sugestões da Netflix, eu acabei me deparando com Effie Gray – Uma Paixão Reprimida, um filme de 2014. Foi quando terminei de ver Persuasão. Será que a sugestão era por causa que os dois são filmes de época ou porque são estrelados por atrizes chamadas Dakota? Rsrs, difícil dizer. Mas com um elenco com Dakota Fanning, Emma Thompson e Julie Walters, não era possível deixar passar.
O filme se baseia em uma história verdadeira que aconteceu no século 19 . O famoso crítico de arte, John Ruskin (Greg Wise), se casou com uma jovem quase adolescente na Escócia, Effie Gray (Dakota Fanning). Logo em seguida partem para Londres onde irão viver na casa dos pais de John. Mas logo que chega na casa, Effie percebe que há uma relação bem estranha entre os três. E tudo fica pior na noite de núpcias, quando ela tira a camisola, e ele sai correndo assustado. Por cinco anos, Effie tenta entender o que acontece, mesmo sofrendo de depressão e perdendo o cabelo por causa da situação. Sua confidente é Lady Eastlake (Emma Thompson, também autora do roteiro). E há também o jovem pintor John Everett Millais (Tom Sturridge), que se apaixona por Effie.
O que achei do filme?
O roteiro de Emma Thompson faz de Effie uma heroína que vive numa casa onde a tratam com requintes de crueldade. Mais ou menos como Rebecca, só que sem o sexo. Já Dakota a interpreta com um jeito gelado e de aceitação de seu destino – até um certo momento. O casamento de Effie e John foi matéria de vários livros. Entretanto nunca fica claro o motivo da recusa de John. Será que ele era gay? Assexuado? Ou um pedófilo não ativo que se viu atraído pelo rosto de criança de Effie, mas não por seu corpo de mulher?
O filme ainda tem uma viagem de ambos para Veneza. Lá os caminhos de John e Effie se cruzam com os dos personagens de Claudia Cardinale e Ricardo Scamarcio. Este fica obviamente fascinado por Effie, mas ela foge pelas ruas e becos. Será que era só por medo, ou será que Effie já estava seguindo um plano de separação em sua cabeça? O filme não deixa isso claro.
O problema é que o filme termina quando a coisa parece que vai ficar mais interessante. Ou seja, com a fuga de Effie para pedir o divórcio. Eu gostaria de ter visto os momentos de humilhação pública de John, e ainda as caras de seus pais, no julgamento do divórcio. E também o final feliz de Effie. O filme promete isso no encerramento, mas depois de tudo o que ela passou, ela merecia uma vingança melhor.