Hoje (19) é o aniversário de Jake Gyllenhaal. E ele tem muito o que comemorar. Afinal, O Abutre, um projeto pessoal do ator, que estreia este fim de semana nos cinemas, pode ser considerado um sucesso. Ele está em todas as listas de melhores do ano, concorrendo ao SAG´s, Globo de Ouro e Critic´s Choice. Isso até soou inesperado para um filme de orçamento pequeno, mas trata-se de uma vitória pessoal de Jake, que também é produtor.
Lou Bloom (Jake) vive de pequenos furtos mas está desesperado para arranjar trabalho, sem sucesso. Uma noite, andando sem rumo pela cidade, ele presencia o trabalho de equipes de TV que cobrem o chamado “mundo cão” das madrugadas, como acidentes, assassinatos. Tudo aquilo que tem a intenção de chocar a audiência. Ele enxerga aí a possibilidade de sua vida. Só que Lou é um dos personagens mais sem sentimentos da história recente do cinema. Quando ele começa a manipular os acontecimentos, encontra na ambiciosa âncora (Rene Russo) de um pequeno canal de TV uma parceira perfeita para se tornar alguém importante. Tudo ao som de uma trilha nervosa (e ótima) de James Newton Howard.
Primeiro trabalho como diretor de Dan Gilroy, o filme proporciona excelentes papéis para Jake e para Rene. Ela tem uma de suas melhores atuações como a repórter que está envelhecendo. Seu personagem é tão amoral quanto Lou. Como Lou, Jake Gyllenhaal está simplesmente incrível. Já vi as atuações de Michael Keaton e Benedict Cumberbatch, dois de seus maiores concorrentes na temporada de premiações. Nenhum me impressionou tanto quanto Jake em O Abutre. Ele, que sempre foi magro, perdeu 10 quilos, pois visualizava o personagem como um lobo faminto. O fato de piscar muito pouco também acentuou o seu perfil enlouquecido. Para mim, é a melhor atuação masculina do ano em um filme imperdível.
Eliane Munhoz